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segunda-feira, 15 de setembro, 2025
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Saiba o que prevê o projeto que combate adultização de crianças

O Senado aprovou na noite desta quarta-feira (27) o Estatuto Digital da Criança e do Adolescente, que agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto estabelece regras para o uso de produtos de tecnologia, como redes sociais, por menores de 18 anos e combate a chamada “adultização”, prática de exposição de crianças e adolescentes em contextos erotizados ou sexualmente sugestivos.

Regras para plataformas digitais

Pelo projeto, empresas de tecnologia deverão:

  • Adotar mecanismos de prevenção ao uso de serviços por crianças e adolescentes quando não forem voltados a esse público;
  • Disponibilizar ferramentas para que pais e responsáveis controlem interações, geolocalização e tempo de uso;
  • Prevenir práticas como bullying, exploração sexual e indução a vícios ou transtornos;
  • Reportar conteúdos de exploração de menores às autoridades e reter dados para investigação;
  • Garantir a proteção da privacidade e dos dados de menores;
  • Proibir monetização e impulsionamento de conteúdos que retratem crianças e adolescentes de forma erotizada.

Caso descumpram as normas, as plataformas podem ser multadas em até R$ 50 milhões, além de terem atividades suspensas ou proibidas.

Autoridade independente

O estatuto cria ainda uma autoridade administrativa autônoma, que deverá seguir as regras da Lei das Agências Reguladoras. A função será garantir transparência, participação e controle social na proteção de crianças e adolescentes, atuando de forma independente e não como órgão de governo.

Entre as atribuições estão:

  • Emitir recomendações e orientações sobre boas práticas;
  • Estabelecer diretrizes mínimas de supervisão parental;
  • Avaliar mecanismos de verificação etária e ferramentas de proteção.

Mudanças aprovadas

O texto manteve ajustes feitos pela Câmara, com destaque para a proibição das loot boxes, caixas de recompensa em jogos eletrônicos que funcionam como apostas. Segundo o relator, senador Flávio Arns (PSB-PR), a medida busca reduzir estímulos a jogos de azar entre menores de idade.

Outra alteração foi em relação à classificação indicativa, que não poderá ser usada como impedimento de acesso, por ter caráter apenas informativo e pedagógico.

O projeto também reforça a obrigação das plataformas de remoção imediata de conteúdos relacionados à exploração, abuso sexual, sequestro e aliciamento.

Próximos passos

O presidente Lula terá 15 dias úteis para sancionar ou vetar o texto aprovado. Caso entre em vigor, o Estatuto Digital da Criança e do Adolescente será um marco regulatório na proteção de menores no ambiente digital.

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