Sem expectativa de pagamento, motoristas de ônibus aprovam e greve começa na segunda-feira

33
(Foto: PMCG)

Os motoristas do transporte público de Campo Grande aprovaram a greve geral, que só começa na próxima segunda-feira (15). Em assembleia realizada ainda na madrugada de hoje (11) pelo STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande), mais de 200 funcionários das empresas que integram o Consórcio Guaicurus aprovaram a medida radical, acusando não terem recebido o salário de novembro, em atraso há seis dias, e não ter previsão para o pagamento do 13º Salário e também o vale.

A reunião da categoria ocorreu por volta das 04h30, quando os primeiros motoristas chegam para retirar os veículos das garagens e iniciar os itinerários. Os representantes dos sindicatos perguntaram aos presentes nas garagens dos ônîbus quem apoiava a greve, e a maioria dos trabalhadores ergueu a mão em apoio. Depois, foi pedido aos que eram contrários que se manifestassem, o que não aconteceu, ou seja, nenhum dos motoristas se colocou na contramão da maioria absotula.

O presidente do Sindicato, Demétrio Freitas, mencionou que a greve só será interrompida caso o Consórcio Guaicurus pague o salário de novembro e também os demais benefícios trabalhistas, já que a legislação determina o 13º salário até o dia 20 de dezembro, além do vale mensal. Sobre a decisão de começar somente na próxima semana, o sindicalista explicou que essa é uma medida jurídica, na qual se dá um prazo para a negociação com a classe patronal, caso não haja acordo, a paralisação é efetivada.

Crise no transporte público

Na última semana, em nota à imprensa, o Consórcio comunicou que não tem recursos em caixa para pagar a folha deste último mês do ano, acusando atrasos nos repasses dos órgãos públicos referentes às gratuidades dos estudantes, idosos e pessoas com deficiência, entre outros itens que compõem a conta tarifária. Além disso, o coletivo de empresas afirmou que enfrenta uma grave crise financeira e sem ter o fluxo de caixa garantido, não tem como bancar a operação dos ônibus.

As empresas sustentam que enfrentam uma crise financeira causada pela inadimplência nos repasses devidos pelo poder público, que incluem o vale-transporte, subsídios e outros componentes tarifários. “A falta de regularização imediata destes pagamentos críticos está ameaçando a continuidade e a qualidade da prestação dos serviços de transporte na capital. A ausência dos repasses não permite o cumprimento de obrigações financeiras essenciais para a manutenção do sistema, que opera no limite de suas capacidades”, pontua.

Vale lembrar que em outubro, também por atraso no pagamento do vale, a categoria fez uma paralisação de algumas horas durante a manhã, deixando muitos passageiros na mão nos terminais e pontos de embarque. Na época, houve um intenso debate envolvendo a Prefeitura, o sindicato, o Consórcio e a Prefeitura para tratar dos repasses e o Município entregou R$ 2,3 milhões.

Na ocasião, o diretor-presidente da Agereg, José Mário Antunes, disse que caso acontecessem novas interrupções seriam aplicadas multas e outras sanções. “Nosso compromisso é com o cidadão. Caso haja descumprimento contratual, todas as medidas cabíveis serão adotadas”. “Tomaremos todas as posições legais de imediato para evitar que a população fique desassistida”, completou o diretor-presidente da Agetran, Paulo da Silva, citando que o custeio do serviço é tripartite, envolvendo pagamento de passagens e subsídios.