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quinta-feira, 11 de setembro, 2025
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Senador Major Olimpio tem morte cerebral após complicações da covid-19

Parlamentar filiado ao PSL estava internado desde o dia 5, três dias após receber o diagnóstico por covid-19

O senador Major Olimpio (PSL-SP) teve morte cerebral declarada nesta quinta-feira, 18, após complicações da covid-19. Ele estava internado há 16 dias, e estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) há 13. Foi da cama do hospital que ele participara pela última vez de uma sessão do Senado, ao votar a favor da proposta de Emenda à Constituição que reinstituiu o pagamento do auxílio emergencial. Eleito em 2018 na onda bolsonarista que varreu o País, Olimpio rompera com o presidente em 2019 em meio à briga entre a direção do partido e a família de Jair Bolsonaro.

Sérgio Olimpio Gomes era oficial da reserva da Polícia Militar de São Paulo. Formara-se na turma de 1982 da Academia Militar do Barro Branco e se casou com a fonoaudióloga Cláudia Regina de Abreu Bezerra, filha do influente coronel Niomar Cyrne Bezerra, que foi comandante do Policiamento de Choque nos anos 1980.

O trabalho na Casa Militar durante o governo de Luiz Antonio Fleury Filho (1991-1995) o aproximou do mundo político e marcaria sua vida. Foi nessa época que um dos amigos do coronel Niomar, o coronel Ubiratan Guimarães foi afastado do comando de Choque por Fleury após o massacre de 111 presos na Casa de Detenção. Ubiratan se candidatou a deputado estadual e se elegeu. Olímpio acompanhou os passos do croonel.

Em 1997, ele escreveu um livro com outros quatro capitães da PM: Reaja! Prepare-se para o Confronto – Técnicas Israelenses de Combate. A obra trazia três princípios básicos para que o cidadão enfrentar bandidos: eles devem reagir a ações violentas e recomendava o uso de arma de fogo, desde que a pessoa fosse treinada. Para os autores, o bandido era “uma pessoa menos humana” e devia ser colocado “fora de combate”.

Antes de ser eleito deputado estadual pela primeira vez, Olimpio comandou a PM na região da Praça da Sé, no centro de São Paulo. Passou depois a atuar em uma associação de classe da polícia: a Associação Paulista de Oficiais da PM. Foi só em 2006 que ele obteve o primeiro mandato, quando se elegeu deputado estadual pelo PV – Olímpio passaria ainda pelo PDT, pelo Solidariedade antes de se filiar ao PSL.

Eleito deputado, passou a fazer oposição aos governadores do Estado em defesa dos interesses corporativos da PM, protagonizou diversos diversos episódios de bate-boca públicos com adversários e manifestações em que comandava vaias contra seus alvos. O primeiro deles foi o governador José Serra, vaiado em uma solenidade na Academia Militar do Barro Branco em 2007. Depois, conseguiu tirar do sério o governador Geraldo Alckmin ao tentar interromper uma fala do tucano em uma solenidade no interior. Por fim, passou a atacar o governador João Doria, com quem também se desentendeu.

Em 2014 foi eleito deputado federal e apoiou o impeachment de Dilma Rousseff. Quando Dilma tentou dar posse ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil em 2016, Olímpio foi ao Planalto e começou a gritar: “Vergonha!”. Eleito senador pelo PSL em 2018, o político romperia em 2019 com o presidente e sua família. Olímpio acusava Flávio Bolsonaro de ser “ladrão de rachadinha”. Foi assim que ele bateu boca com bolsonaristas em Taubaté, no interior do Estado.

Olimpio tinha 58 anos e completaria 59 no próximo sábado, dia 20. Ele deixa a mulher e dois filhos.

Fonte: Estadão Conteúdo

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