É no Assentamento Avaré, em Santa Rita do Pardo, que o programa Transformando Vidas faz parada nesta semana. Lá, a produtora rural Rosemeri Barcelos cultiva muito mais do que urucum: cultiva, com dedicação, a autonomia da filha Estela, de 26 anos. Com o apoio do Senar/MS, a família encontrou no campo não apenas sustento, mas também um espaço de inclusão, adaptação e transformação.
“Eu não me arrependo de ter trocado a cidade por essa vida. Valeu totalmente a pena. A minha filha ama estar aqui, e se está bom para ela, está bom para mim também”, afirma Rosemeri.
Nesta semana em que celebramos o Dia das Mães, Rosemeri representa tantas mulheres do agro que fazem da terra um lar e um caminho de futuro para suas famílias.
A família deixou a vida urbana no Paraná em busca de uma rotina mais tranquila. A principal motivação era oferecer à filha uma vida com mais liberdade, contato com a natureza e dignidade. “Gosto muito do campo e de acompanhar minha mãe. Lembro dela cuidando da lavoura, colhendo o urucum, e depois a gente pesava para saber quanto tinha produzido”, conta Estela.
Ao mesmo tempo em que o sonho se realizava, surgiam também os desafios de adaptação para Estela, que é cadeirante. “Troquei as rodas da cadeira por rodas de carriola, porque o solo aqui é areia. Fizemos rampas e outras adaptações para garantir mais autonomia nesse lugar que ela tanto ama”, explica a mãe.
“Estela é um anjo. Quem dera todos tivessem um anjinho como ela. Ela se importa muito comigo, e eu com ela. É uma amizade eterna entre mãe e filha”, completa.
A lavoura de urucum marcou o início da transformação da família. Quando chegaram, havia cerca de sete mil pés plantados, mas nenhum deles tinha experiência na agricultura. Os desafios pareciam maiores que as oportunidades, até que conheceram a Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS, por meio do programa ATeG Prepara, voltado para produtores da agricultura familiar.
Com o acompanhamento de um técnico de campo, Rosemeri e o marido aprenderam desde o preparo do solo até as melhores práticas de colheita, adubação e comercialização. “No começo, eu achava que não ia dar em nada. Mas quando chega alguém com experiência, que mostra o que funciona, a gente ganha segurança e vê que é possível melhorar. Foi isso que o Senar nos deu”, relata a produtora.
Com o avanço da produção, a família investiu em melhorias, como a compra de uma batedeira para o urucum e a varanda da casa. O crescimento da lavoura trouxe também uma veia empreendedora: Rosemeri criou um kit com colorau artesanal, sementes, folhas para chá e óleo natural.
“Não vou parar aqui. Quero fazer do meu canto um exemplo de que dá certo, é só trabalhar”, afirma.
Neste Dia das Mães, o Senar/MS celebra histórias como a de Rosemeri e Estela. Experiências que mostram como o conhecimento, aliado ao afeto, é capaz de transformar a lavoura, a casa e o futuro das famílias do campo.