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domingo, 9 de novembro, 2025
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Disputa pelo Senado em MS esquenta com confirmação de Soraya Thronicke

Senadora do Podemos-MS afirma que seguirá na disputa em 2026 e reage a articulações políticas que tentam retirá-la do páreo

A senadora por Mato Grosso do Sul, Soraya Thronicke (Podemos), confirmou que será candidata à reeleição ao Senado Federal em 2026. A declaração foi reforçada em nota divulgada pela equipe de comunicação da parlamentar, após a circulação de rumores sobre uma possível desistência.

No comunicado, Soraya — que preside o Podemos no Estado — reafirma que mantém diálogo com diferentes grupos políticos, mas garante que seu foco é representar o Mato Grosso do Sul. “Reafirmo, como já disse em entrevista, que serei candidata à reeleição ao Senado Federal não para representar um lado político, mas para defender Mato Grosso do Sul, trazendo obras, recursos e emendas para os municípios, independentemente do partido ou da ideologia de seus gestores”, declarou.

A senadora também condenou as especulações e eventuais tentativas de criar atritos políticos. “Entendo que o momento possa estimular especulações e tentativas de criar conflitos. No entanto, sigo acreditando que o caminho deve ser o debate de ideias e de futuro, e não a disseminação de intrigas ou distorções. O que realmente importa é o desenvolvimento do nosso Estado”, afirmou.

Trajetória e tensões políticas

Nascida em Dourados e radicada em Campo Grande, Soraya Thronicke começou a se destacar na política durante as manifestações pró-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2015. Advogada e empresária — proprietária de um motel na capital —, ganhou projeção ao mover ações contra o grupo JBS e o então governador Reinaldo Azambuja (à época no PSDB), por suposto envolvimento em esquemas de propina.

Eleita senadora em 2018 pelo PSL, partido de Jair Bolsonaro, Soraya se consolidou como uma das vozes mais combativas do campo da direita. Mesmo aparecendo atrás nas pesquisas, conquistou 16% dos votos válidos e garantiu a vaga no Senado, impulsionada pela onda bolsonarista daquele ano.

Bastidores e disputa com Azambuja

Em entrevista à BBC News Brasil, Soraya revelou que há uma articulação nos bastidores para retirá-la da corrida ao Senado. Segundo apuração, o movimento seria liderado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja, que teria oferecido à senadora o apoio para disputar uma vaga de deputada federal — o que ela recusou.

“Estão tentando me tirar do páreo, já me ofereceram o mundo para eu ser candidata a deputada federal. Eu não quero”, disse Soraya, que prefere “peitar” o grupo político de Azambuja. Pessoas próximas à senadora afirmam que a parlamentar decidiu ir para o confronto direto, com a postura de que, “se for para cair, que seja atirando”.

A estratégia de Azambuja, de acordo com a reportagem, seria abrir caminho para sua própria candidatura ao Senado e tentar unificar a direita, inclusive com uma possível aliança com o ex-deputado Renan Contar (PRTB) — principal nome do bolsonarismo no Estado.

2026: cenário em formação

Com a confirmação da candidatura de Soraya, a disputa pelo Senado em Mato Grosso do Sul promete ser acirrada. Outro nome cotado é o da ministra Simone Tebet (MDB), que avalia seu futuro político com o presidente Lula e aliados.

Enquanto as articulações avançam, Soraya aposta no seu discurso de independência e no apoio conquistado fora do bolsonarismo. “Eu conquistei um público novo depois da campanha de 2022. Consigo ser o voto número um de muita gente — e o voto número dois de muita gente — dos dois campos, esquerda e direita”, afirmou.

A eleição de 2026, portanto, deve marcar um confronto direto entre antigos aliados e rivais políticos que hoje disputam espaço em um Mato Grosso do Sul cada vez mais estratégico no tabuleiro nacional.

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