Procedimento não é considerado urgente e depende de agendamento pela defesa
O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou, na sexta-feira (19), a realização de uma cirurgia no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão atende a um pedido da defesa, que agora deverá informar ao Supremo a data e o local em que o procedimento será realizado.
Segundo laudo médico oficial, Bolsonaro é portador de hérnia inguinal bilateral. A perícia apontou a necessidade de intervenção cirúrgica, recomendada pela maioria dos médicos, mas sem caráter de urgência. Com isso, o procedimento foi classificado como cirurgia eletiva, ou seja, deve ser previamente agendado.
Em despacho, Moraes afirmou que, caso a defesa opte pela cirurgia, será necessário comunicar ao STF a programação pretendida. Após essa indicação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) terá prazo de 24 horas para se manifestar. Na sequência, caberá ao ministro definir os aspectos logísticos do procedimento.
Entre os pontos que ainda serão analisados estão quando e como Bolsonaro será transferido da Superintendência da Polícia Federal para o hospital, se haverá acompanhamento de familiares e quais serão as regras de segurança e custódia durante a cirurgia.
De acordo com apuração da CNN Brasil, a expectativa é que, por causa dos trâmites burocráticos, o procedimento ocorra no domingo (21) ou na segunda-feira (22).
Laudo médico
A perícia da Polícia Federal concluiu que Bolsonaro apresenta hérnia inguinal bilateral e que a cirurgia é indicada, mas não urgente. O documento também aponta que o ex-presidente sofre de soluços persistentes, provocados por um bloqueio do nervo frênico.
Segundo os peritos, o quadro pode comprometer o sono e a alimentação, além de aumentar o risco de complicações relacionadas à hérnia. Durante o exame, Bolsonaro teria apresentado entre 30 e 40 soluços por minuto, sem remissão.
A defesa afirma que os problemas de saúde do ex-presidente estão relacionados às sequelas do atentado a faca sofrido em 2018, durante a campanha eleitoral.
