A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria neste domingo (28) para manter a prisão preventiva do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e de Maurício Camisotti, também investigado no mesmo caso.
Ambos são suspeitos de envolvimento em um esquema de fraudes que desviou recursos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Segundo as investigações, de 2019 a 2024, associações e sindicatos incluíam beneficiários sem consentimento e realizavam descontos irregulares em seus pagamentos, totalizando um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões.
O relator do processo, ministro André Mendonça, votou pela manutenção das prisões, posição seguida pelos ministros Edson Fachin e Nunes Marques, formando a maioria necessária. O ministro Gilmar Mendes declarou impedimento de participação, enquanto Dias Toffoli ainda pode se manifestar até 3 de outubro, mas a decisão já não sofrerá alterações.
Antônio Carlos Camilo Antunes, preso em 12 de setembro, é apontado como líder do grupo empresarial envolvido no esquema e responsável por intermediar financeiramente as entidades associativas ligadas às fraudes. Maurício Camisotti também permanece detido, em continuidade às medidas cautelares determinadas pela Justiça.
O caso veio à tona em abril deste ano, após investigação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), que revelou a dimensão bilionária das irregularidades envolvendo aposentados e pensionistas do INSS.