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sábado, 6 de setembro, 2025
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STF retoma julgamento de Bolsonaro e aliados na próxima terça

Na próxima terça-feira (9), o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia o terceiro dia do julgamento dos réus apontados como parte do “núcleo crucial” da trama golpista. Entre eles está o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados. O julgamento, que deve se estender até 12 de setembro, será decisivo para definir se os acusados serão condenados ou absolvidos.

Os dois primeiros dias foram marcados pela leitura do relatório do processo, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, além da sustentação oral da Procuradoria-Geral da República (PGR) e das falas das defesas. Para o procurador-geral Paulo Gonet, o “golpe já estava em curso” quando Bolsonaro e ministros se reuniram com comandantes das Forças Armadas para discutir a execução da fase final. Moraes também condenou a tentativa de ruptura institucional e defendeu o devido processo legal.

Com o encerramento dos argumentos da defesa, caberá agora aos ministros da Primeira Turma votarem. Moraes será o primeiro, seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A decisão será tomada por maioria simples — três votos no mesmo sentido já definem o resultado.

As defesas levantaram diversas teses. O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, alegou não ter tido acesso à íntegra do processo, que reuniria “bilhões de documentos”. A defesa do ex-ajudante de ordens Mauro Cid contestou a condução da Polícia Federal na delação premiada. Já o advogado de Anderson Torres acusou a PGR de apresentar “inverdades flagrantes”. Outros ex-ministros, como Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto, negaram participação em qualquer plano de golpe e criticaram a colaboração de Cid, chamada de “mentirosa” pela defesa.

Em caso de condenação, as prisões não serão imediatas, já que ainda cabem recursos. Caso confirmadas, as penas poderão ser cumpridas em presídios de segurança máxima, alas especiais ou instalações militares, a depender de cada réu.

O julgamento, considerado histórico, expõe as disputas políticas em torno dos atos do 8 de Janeiro e deve servir de termômetro sobre como o STF lidará com a responsabilização de autoridades de alto escalão envolvidas na tentativa de golpe.

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