O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assumiu papel de protagonista nas negociações em torno do projeto de lei da anistia, iniciativa que pretende beneficiar pessoas envolvidas nos atos considerados antidemocráticos pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A ofensiva política, segundo aliados, reforça sua lealdade ao campo bolsonarista e sua capacidade de articulação em nível nacional.
A primeira movimentação concreta ocorreu em 19 de agosto, durante um jantar em Brasília que celebrou a federação entre PP e União Brasil. No encontro, Tarcísio se reuniu com lideranças do Centrão, incluindo Ciro Nogueira (PP), Antônio de Rueda (União) e Valdemar Costa Neto (PL), para discutir os contornos do projeto.
Após a reunião, o governador paulista conseguiu ampliar a base de apoio, trazendo o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, para a articulação. O texto em debate pretende contemplar desde acusados de planejamento até participantes diretos da depredação da sede dos Três Poderes, ampliando o alcance da medida.
As conversas de Tarcísio também chegaram à Câmara dos Deputados, onde ele intensificou o diálogo com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Além disso, o governador sinalizou empenho em envolver o Podemos, partido que integra sua base em São Paulo, consolidando sua rede de alianças.
A ofensiva tem gerado reações no campo político. Críticos afirmam que a postura do governador desmonta a imagem de moderação que vinha cultivando, enquanto aliados avaliam que a liderança na pauta da anistia pode projetá-lo nacionalmente de olho em 2026.
