Realizada desde 1977, a festa foi reconhecida por sua importância histórica, religiosa e social para os sul-mato-grossenses
Com mais de 60 metros de altura e mais de quatro décadas de tradição, a Fogueira de Jateí, um dos símbolos das festas juninas do interior sul-mato-grossense, foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Imaterial e Cultural de Mato Grosso do Sul. O título foi concedido por meio de Decreto Legislativo publicado nesta sexta-feira (7).
O texto do decreto declara a Fogueira de Jateí como um bem cultural do Estado, destacando sua importância histórica, cultural, religiosa e social para a população. A proposta é de autoria do deputado Renato Câmara (MDB), que celebrou o reconhecimento. “Realizada anualmente desde 1977, a Fogueira de Jateí é uma das manifestações culturais mais emblemáticas de Mato Grosso do Sul”, afirmou o parlamentar.
Além do reconhecimento, o decreto determina que o Poder Executivo, por meio da Fundação de Cultura de MS, adote as medidas necessárias para o registro oficial da fogueira como bem de natureza imaterial, assegurando sua preservação e valorização.
Tradição que atravessa gerações
Localizada a cerca de 260 km de Campo Grande, a Fogueira de Jateí teve início com uma estrutura modesta de apenas seis metros de altura, idealizada pelo professor Manoel Sanches Gabriel. Com o passar dos anos, a celebração cresceu em proporção e importância, chegando a ultrapassar 60 metros — o equivalente a um prédio de 20 andares — e se consolidando como uma das maiores fogueiras do Brasil.
Segundo o deputado Renato Câmara, a montagem da estrutura exige planejamento técnico e medidas rigorosas de segurança, com participação de engenheiros, Corpo de Bombeiros, servidores públicos e voluntários. A construção leva cerca de 30 dias, utilizando troncos de eucalipto, guindastes, cabos de aço e elevadores hidráulicos.
Patrimônio e orgulho regional
A Festa da Fogueira de Jateí já fazia parte do Calendário Oficial de Eventos de Mato Grosso do Sul desde a Lei nº 3.729/2009. Com o novo decreto, o evento passa a ter reconhecimento formal como patrimônio imaterial, reforçando seu valor simbólico para o Estado e para a comunidade local.
A celebração atrai milhares de visitantes todos os anos, reunindo fé, cultura e identidade regional em torno da grandiosa fogueira, que se tornou um dos principais cartões-postais do município.
