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sexta-feira, 26 de setembro, 2025
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Tragédia aérea: perícia libera corpos do piloto Marcelo Pereira e do documentarista Rubens Crispim

Os corpos do piloto Marcelo Pereira de Barros, de 59 anos, e do documentarista Rubens Crispim Júnior foram os primeiros liberados pela perícia para velório e sepultamento. Os dois estão entre os quatro mortos na tragédia aérea ocorrida na noite de terça-feira (23), em Aquidauana.

Na atualização das informações, foi dito que os restos mortais de Rubens foram reconhecidos a partir de suas digitais, enquanto o do piloto passou pelo exame de DNA com material genético do seu filho. Faltando agora somente a identificação do cineasta Luiz Ferraz e do arquiteto chinês Kongjian Yu.

Os quatro corpos estão na sede do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), em Campo Grande. No caso de Yu, a embaixada da China no Brasil autorizou a realização dos exames necroscópico e de DNA, até então, por conta da tradição cultural da China, os exames só poderiam ser feitos com a presença da família da vítima.

Não há previsão de quando esses dois últimos corpos serão liberados. “Os trabalhos estão sendo realizados de forma ininterrupta, inclusive durante o final de semana, para garantir a maior agilidade possível no processo de identificação”, cita a nota da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

O acidente

As vítimas ocupavam um avião modelo Cessna 175, fabricado em 1958, e retornavam de um sobrevoo no Pantanal, atendendo ao pedido do arquiteto chinês que gostaria de conhecer região. No momento em que foram pousar na pista de uma fazenda turística houve a queda e a explosão, matando todos os ocupantes.

As equipes de resgate levaram cerca de nove horas para chegar até o local da queda e encontraram os corpos totalmente carbonizados. Ainda não se sabe por qual motivo houve o acidente, a suspeita inicial era de pudesse ter sido provocado em consequência de uma invasão da pista por um grupo de queixadas, também chamados de porco-do-mato.

Trabalhadores da fazenda disseram que viram quando o avião fez uma manobra para evitar atingir os animais que estavam na pista. Logo em seguida, perdeu altitude e caiu a cerca de 100 metros da cabeceira. Um trator e um caminhão-pipa foram deslocados para os resgate, mas o avião explodiu ao atingir o solo e não houve sobreviventes.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o avião estava autorizado a voar apenas sob regras visuais e durante o dia, tinha operação negada para táxi aéreo e estava registrada no nome do piloto Marcelo Pereira de Barros. O acidente é investigado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

Amigos das vítimas informaram que os cineastas e o arquiteto trabalhavam na gravação de um documentário sobre as “cidades-esponja”, conceito desenvolvido por Kongjian Yu e que o tornou mundialmente conhecido e respeitado na área. A Olé Produções, responsável pelo projeto, confirmou que o voo era pago.

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