08/09/2015 13h00
Tristeza pode mudar a forma como vemos cores
Olhar Digital
Uma pesquisa publicada recentemente no periódico Psychological Science revela que a nossa percepção de que “o mundo fica menos colorido” quando estamos tristes não é apenas uma metáfora. Mais especificamente, o estudo descoobriu que pessoas induzidas a se sentir tristes são piores em diferenciar cores ao longo do eixo azul-amarelo do que pessoas com emoções alegres ou neutras.
O estudo foi coordenado pelo pesquisador Christopher Thorstenson, do Departamento de Ciências Clínicas e Sociais em Psicologia da Universidade de Rochester, no estado de Nova York. Ele foi composto por dois experimentos coordenados.
No primeiro deles, 127 participantes assistiram a um filme com carga emocional e, em seguida, realizaram um teste de avaliação de cores. O filme era sorteado entre um desenho animado feito para induzir tristeza ou um clipe de comédia, e o efeito emocional de ambos já havia sido validado por estudos anteriores. Após ver o filme, os participantes precisavam dividir 48 cores entre vermelho, amarelo, verde ou azul.
No segundo experimento, 130 participantes fizeram o mesmo teste após assistir ou o filme triste, ou um salva-telas neutro. Nos dois casos, os pesquisadores conseguiram perceber que os participantes que assistiram ao filme triste tinham desempenho pior na diferenciação de cores do eixo azul-amarelo. A diferenciação cromática no eixo verde-vermelho não foi impactada pelo estado emocional dos participantes.
As cores da alegria
Thorstenson afirmou à Association of Psychological Science ter ficado surpreso com a especificidade do resultado. “Nós não prevíamos uma descoberta tão específica, mas ela pode nos dar uma dica sobre o motivo para o efeito no funcionamento dos neurotransmissores”, disse.
EM trabalhos anteriores, outros pesquisadores já haviam associado a percepção de cores do eixo azul-amarelo ao neurotransmissor dopamina, responsável também por sensações de alegria. De acordo com Thorstenson, serão necessários mais estudos para entender melhor a relação entre emoções e percepção cromática.
