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terça-feira, 2 de setembro, 2025
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Vêm aí os Jogos Paralímpicos de Paris 2024; saiba tudo sobre a delegação brasileira

Competição na capital francesa acontece de 28 de agosto a 8 de setembro e contará com 279 atletas do Brasil em disputas de 20 modalidades

A delegação brasileira começa a embarcar nesta segunda-feira, 12, com destino à França para disputar os Jogos Paralímpicos de Paris 2024. O megaevento tem sua cerimônia de abertura marcada para 28 de agosto e o encerramento acontece no dia 8 de setembro.

Serão 279 atletas brasileiros nos Jogos Paralímpicos de Paris. O grupo é formado por 254 esportistas com deficiência, 19 atletas-guia (sendo 18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo. Os atletas do país estarão em disputas de 20 das 22 modalidades do programa dos Jogos, uma vez que os brasileiros não conseguiram a classificação no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas.

Maior delegação

Esta será a maior missão brasileira em uma edição do megaevento fora do Brasil, superando os 259 convocados de Tóquio 2020, que também havia sido à época a missão com mais atletas em terras estrangeiras. O número só não supera o registrado nos Jogos do Rio 2016, quando o Brasil contou com 278 atletas com deficiência. Naquela edição, o Brasil participou de todas as 22 modalidades por ser o país-sede da competição. 

Maior medalhista

O pernambucano Phelipe Rodrigues é o brasileiro convocado para os Jogos com mais medalhas na história da competição. O nadador da classe S10 (limitação físico-motora) conta com oito pódios paralímpicos na carreira.

Nascido em Recife, no dia 10 de agosto de 1990, Phelipe conquistou ao menos uma medalha em cada uma das quatro edições dos Jogos que disputou – de Pequim 2008 a Tóquio 2020. Especialista nas provas de velocidade (50m e 100m) do nado livre, ele soma cinco pratas e três bronzes no currículo.

Atleta com mais participações

Paris também marca a sexta participação da nadadora cearense Edênia Garcia, 37, em uma edição de Jogos Paralímpicos. A nadadora é a única convocada para o megaevento na França a conquistar a marca, após também ter competido em Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020. A atleta já conquistou três medalhas paralímpicas, duas pratas e um bronze, todas na prova dos 50m costas, sua especialidade.

Estreantes

Dos 254 atletas com deficiência convocados, 88 jamais estiveram em uma edição de Jogos. O número de estreantes representa 34,64% do total dos atletas que vão competir pelo Brasil na capital francesa.

A modalidade com mais novatos em Jogos Paralímpicos é o atletismo. Dos 70 atletas com deficiência convocados para o evento, 23 vão estrear na competição em Paris. São 33% do total da Seleção Brasileira da modalidade convocada para competir nas provas de pista, saltos e campo no Stade de France. Judô e natação são outras duas das modalidades com mais estreantes em Jogos nas suas equipes convocadas, com nove atletas debutantes cada.

Caçulas e veteranos

O atleta mais novo da delegação brasileira que irá a Paris 2024 é o paulista Victor dos Santos Almeida, da classe S9 (limitação físico-motora), que completou 16 anos no último dia 19 de maio. Apesar da pouca idade, Vitinho, como é conhecido, já tem experiência internacional. Em novembro do ano passado, com 15 anos, foi campeão parapan-americano nos 100m costas, em Santiago, no Chile.

Somente entre as mulheres, a mais jovem é a mesatenista carioca Sophia Kelmer, 16, da classe 8. Estreante em Jogos Paralímpicos, a atleta possui uma medalha de prata das chaves individuais dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, no Chile, e dois bronzes nas disputas de duplas da mesma competição. Ela completa 17 anos em dezembro de 2024.

Por outro lado, o cearense Eugênio Franco, 64, será o atleta mais velho da delegação brasileira. Campeão Parapan-Americano em Santiago, o atleta iniciou no tiro com arco em 2011 quando desenvolvia estágio de pós-doutorado em Portugal.

Entre as mulheres, a mais experiente será a paulista Beth Gomes, 59, medalhista de ouro na prova do lançamento de disco da classe F52 (atletas que competem sentados) nos Jogos de Tóquio 2020. Após uma reclassificação, Beth competirá pela classe F53 nos Jogos de Paris.

Primeiro aluno nos Jogos

Os Jogos de Paris marcam a primeira participação de um aluno da Escola Paralímpica de Esportes em uma edição do megaevento paralímpico. O maranhense André Martins, 21, foi formado a partir do projeto idealizado e realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e vai competir na bocha pela classe BC4 (para atletas que têm deficiências severas, mas que não recebem assistência).

A Escolinha, como é carinhosamente chamada, surgiu em 2018 e tem como objetivo promover a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual na faixa etária de 7 a 17 anos em 15 modalidades paralímpicas: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos.

Participação feminina

Dos 254 atletas com deficiência convocados, 116 são mulheres, ou 45,67% do total dos competidores. O número representa a maior convocação feminina brasileira na história dos Jogos Paralímpicos tanto em quantidade quanto em termos percentuais. As atletas que estarão na capital francesa serão em maior quantidade em Paris do que na edição de 2016, no Rio de Janeiro, quando o Brasil teve 102 mulheres, o que representou 35,17% do total da delegação.

Já em termos percentuais, a maior representatividade de mulheres na delegação havia sido em Tóquio 2020, quando 41,03% do total dos convocados eram do sexo feminino – 96 ante os 138 homens. O aumento da participação das atletas em todas as modalidades paralímpicas é um dos pilares do planejamento estratégico do CPB, elaborado em 2017 e revisado em 2021.

Maioria paulista

Ao todo, 22 dos 26 estados do Brasil, além do Distrito Federal, estarão representados na delegação brasileira que vai disputar os Jogos. A maioria dos atletas é nascida no Estado de São Paulo. São 71 dos 254 convocados, ou 28% do total da equipe brasileira que disputará a competição.

Já os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 22 atletas oriundos cada, contam com a segunda maior representatividade na Seleção Brasileira paralímpica que competirá em Paris 2024. Os Estados do Paraná, com 20, do Rio Grande do Sul, com 13, do Rio Grande do Norte, com 12, e Santa Catarina e Distrito Federal, ambos com nove, também estão entre os locais com mais representantes na delegação.

Centros de Referência

Um a cada cinco atletas da delegação brasileira que irá representar o país nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 treina em Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Estes espaços esportivos oferecem estrutura física e profissional para os treinos de 57 (ou 22,5%) dos 254 atletas com deficiência brasileiros que irão competir na França e realizam sua preparação fora da cidade de São Paulo, onde está o Centro de Treinamento Paralímpico.

No grupo, estão esportistas de 11 das 20 modalidades para as quais o país conquistou ao menos uma vaga no megaevento. Os Centros de Referência fazem parte do Plano Estratégico do Comitê Paralímpico Brasileiro, elaborado em 2017 e revisitado em 2021. O objetivo do projeto é aproveitar espaços esportivos em estados de todas as regiões do país para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento.

Atualmente, o CPB conta com 72 Centros de Referência, espalhados por 26 unidades federativas do Brasil (a única exceção é o estado do Piauí). Desses, 19 terão atletas paralímpicos disputando os Jogos de Paris. Todas as regiões do país contam com atletas dos Centros de Referência convocados para competir na capital francesa.

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