A Santa Casa, maior hospital público de Mato Grosso do Sul, deve se tornar alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal. A coleta de assinaturas começou nessa terça-feira (03), quando o assunto foi colocado em discussão, na sessão ordinária.
Liderado pelo vereador Rafael Tavares (PL), até o momento 14 vereadores já aderiram pela abertura do procedimento investigativo, ou seja, já há a quantidade necessária para a instauração. A expectativa é que os parlamentares se aprofundem nas contas do hospital, que sempre são debatidas em audiências e reuniões com outros órgãos.
Os 14 vereadores adeptos à CPI da Santa Casa são: Leinha (Avante), Wilson (Avante), Ana Portela (PL), André Salineiro (PL), Jean Ferreira (PT), Júnior Coringa (MDB), Maicon Nogueira (PP), Marquinhos Trad (PSD), Professor Juari (PSDB), Fábio Rocha (União Progressista), Neto Santos (Republicanos), Flávio Cabo Almi (PSDB), Dr. Lívio (União Progressista) e o Rafael Tavares, que deve ser o presidente.
Segundo a direção da Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), que administra a Santa Casa, existe hoje um déficit de R$ 13 milhões mensais. Recentemente, houve suspensão dos atendimentos e cirurgias por conta da falta de materiais para o trabalho dos médicos, até mesmo enxoval está faltando no hospital.
Segundo Tavares, ele enviou oficiais para a direção da Santa Casa para obter informações sobre a prestação de contas, mas não recebeu nenhuma resposta. “Temos que entender o que está sendo gasto com folha de pagamento, insumos, quais são as contas fixas, quais são as variáveis. Uma empresa que gasta mais do que arrecada, quebra”, disse.
O vereador relatou que esteve na Santa Casa no domingo (1º) e afirmou que a omissão da administração reforça a urgência da investigação. “Se não querem responder por meio de ofício, vão ter que vir aqui prestar esclarecimentos. Vamos convocar e ouvir diretamente os responsáveis”.
O presidente da Câmara, Papy, esclareceu que o Legislativo não tem prerrogativa legal para exigir informações diretamente de instituições privadas. No entanto, por se tratar de uma entidade que recebe recursos públicos, a Câmara pode, sim, apurar possíveis irregularidades.
Após a fase de coleta de assinaturas, o pedido será protocolado junto à presidência da Câmara Municipal e encaminhado à procuradoria jurídica, que deverá analisar a legalidade e consistência do requerimento antes de seu prosseguimento formal. “A investigação é essencial para trazer clareza à população”, finalizou Rafael Tavares.