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sexta-feira, 5 de setembro, 2025
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Veto é mantido pelos vereadores e Capital vai continuar sem ar-condicionado nos ônibus

Se depender dos vereadores, Campo Grande não terá ônibus com ar-condicionado tão cedo, ou pelo menos tal oferta será limitada pela força de vontade do próprio Consórcio Guaicurus, coletivo de empresas de viação que hoje opera o sistema do transporte público.

Nessa quinta-feira (04), os vereadores mantiveram o veto total ao Projeto de Lei 11.636/25, que determinava a obrigatoriedade de ar-condicionado nos novos ônibus, garantindo condições adequadas de conforto térmico aos passageiros e motoristas. Inicialmente aprovado pela ampla maioria da Casa, hoje, o cenário foi o oposto.

Após ser direcionada para a sanção, a prefeita Adriane Lopes (PP) vetou a matéria na sua totalidade, argumentando a existência de inconstitucionalidade por vício de iniciativa. Na justificativa, também considerou a possibilidade de acarretar um pedido de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão.

A votação do veto surpreendeu pelo baixo número de parlamentares contrários, ou seja, favoráveis a obrigatoriedade da instalação do ar-condicionado nos veículos. Dos 24 vereadores presentes na sessão ordinária, somente seis tiveram a coragem de ir contra o veto, número insuficiente para a derrubada.

Votaram pela derrubada, os vereadores Landmark, autor da proposta, Luiza Ribeiro (PT), Jean Ferreira (PT), Coringa (MDB), Dr. Lívio (União Brasil) e Maicon Nogueira (PP), mas conforme o regimento eram necessários 15 votos. Dos 29 vereadores da Casa, cinco não estavam na sessão.

Discussão no plenário

A proposta era tida como polêmica desde a sua apresentação e nessa quinta, para a derrubada do veto, houve discussão no plenário, pois alguns queriam que a proposta fosse votada nominalmente, o que acabou não acontecendo. “O trabalhador que pega ônibus todos os dias, debaixo do calor, merece mais dignidade”, defendeu Landmark.

“Uma cidade como Campo Grande, viver nessas condições, é um absurdo. Temos temperaturas altíssimas. O diretor do Consórcio Guaicurus teve a capacidade de dizer que não adianta colocar ar-condicionado. Aquele aço do ônibus esquenta e aquece, fazendo ficar um calor insuportável”, discursou Luiza Ribeiro.

O vereador Beto Avelar (PP) defendeu o veto, citando que não seria possível ser colocada em prática hoje. “O ar-condicionado no ônibus é muito importante, todos nós queremos, mas temos que verificar, pois precisamos seguir as leis, e ela precisa ser cumprida. O projeto tem vício. Não podemos interferir em um contrato que já está vigente”, disse.

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