Uma nova tentativa de ocupação ilegal de um terreno situado na Rua Bororós, no Jardim Tijuca, em Campo Grande, mobilizou equipes da Polícia Militar na tarde desse sábado (21) e resultou em confronto com os moradores, sendo necessário até mesmo o uso de spray de pimenta. Os fatos aconteceram mesmo na presença de idosos, crianças e pessoas com dificuldades de locomoção.
Segundo as informações, na sexta-feira (20), equipes da EMHA (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) já tinham retomada a área, que pertence ao Município, e desmobilizado a ocupação. Os barracos foram destruídos por tratadores, entretanto, cerca de 20 famílias voltaram ao local neste sábado e reconstruíram as estruturas.
Vizinhos do terreno acionaram a PM, que deslocou várias viaturas para retirar os invasores. Na abordagem, houve resistência e conflito, sendo necessário o uso do spray e até bombas de efeito moral para dispersar os invasores, que mais uma vez alegaram não ter condições de ter uma moradia própria ou alugar uma residência privada.
Em um vídeo enviado ao site Enfoque MS é possível ver pelo menos 15 militares atuando na ocorrência. Nas cenas, uma pessoa desmaiou por conta do gás. A invasão teria sido motivada pela construção de uma edificação de alvenaria no terreno. Aos jornalistas, uma das invasoras confirmou a intensão do grupo de construir uma favela.
“A área é pública, prefeitura vendeu? Então vamos invadir”, afirmou ela, completando que paga cerca de R$ 1 mil de aluguel, porém, não tem mais como manter o custo e as despesas domésticas de sua família. A mulher sustentou que está a mais de um ano cadastrada na EMHA, mas nunca foi contemplada com a moradia popular.
Sobre a construção de alvenaria no terreno, a EMHA disse que se trata de uma invasão e configura crime previsto na Lei Municipal nº 2.909. Quanto a contemplação com a moradia popular, a pasta orientou que a população busque pelos canais oficiais para atualização cadastral e obtenção de informações sobre os programas habitacionais vigentes.