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terça-feira, 19 de março, 2024
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Vítima foi obrigada a inocentar estuprador e entre os investigados está o ex-prefeito de Rio Brilhante

A Operação “Excesso de Defesa” foi deflagrada nesta quarta-feira (5) pela Polícia Civil, e investigada dois homens que teriam violentado e mantido uma mulher de 31 anos em cárcere privado. Além disso, o ex-prefeito de Rio Brilhante também é alvo desta operação.

A mulher foi obrigada a assinar, sem ler, uma declaração inocentando os dois homens que a mantiveram em cárcere privado por quase dois dias em Rio Brilhante. Gilson Pires de Matos de 49 anos, é ex-namorado da vítima e está sendo procurado pela polícia.

O filho dele, Bruno Felipe de Matos de 23 anos já está preso. Segundo informação da polícia, Gilson não aceitava o fim do relacionamento e com a ajuda do filho manteve a mulher em cárcere privado da noite de sábado até a tarde de segunda-feira. O fato aconteceu em julho deste ano.

A vítima foi ameaçada com arma na cabeça por Bruno e estuprada pelo ex-namorado. Pai e filho ainda registraram com fotos as ameaças contra a vítima.

Entre os advogados investigados pela operação, estão: o ex-prefeito de Rio Brilhante, Sidney Foroni, Daverson Munhoz de Matos (filho de Gilson e sócio no escritório de advocacia de Sidney Foroni), e o casal Alvacir Cano da Silva e Maria Tereza da Silva.

Segundo o site Campo Grande News, Sidney Foroni é apontado como o responsável em elaborar o documento em que a mulher inocentava pai e filho dos crimes de estupro e cárcere privado e afirmava ter feito a denúncia por ter sido coagida por policiais da cidade. Após a trama ser descoberta, ela afirmou ter assinado o documento sem ler.

Veja o vídeo da operação:

As equipes estiveram nas residências e escritórios dos advogados, onde foram apreendidos documentos e computadores. Os celulares dos investigados também foram apreendidos. Representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acompanharam as buscas, como determina a Lei 8.906/94.

Em nota oficial, a delegacia de Rio Brilhante informou que os advogados são investigados por coagir vítima de violência doméstica. “De acordo com as investigações, a vítima que teria sido mantida em cárcere privado, bem como sofrido lesões corporais e estupro por seu ex-namorado que ainda se encontra foragido, foi ameaçada novamente e coagida a alterar a versão que apresentou, no momento em que comunicou os fatos”, afirma a polícia.

A pedido da Polícia Civil, a Justiça determinou também medidas cautelares contra os advogados, entre as quais proibição de contato e aproximação da vítima e seus familiares e suspensão dos profissionais, para que sejam impedidos de atuar no caso.

“A Polícia Civil tem a missão de sempre atuar de forma acolhedora com relação às vítimas de violência doméstica, tão importante para encorajar a mulher a romper o ciclo de violência. De outro lado, contra os agressores e a quem de forma ilegal tentam embaraçar as investigações, atua-se de forma firme, garantindo que a lei seja aplicada e haja punição adequada”, afirma a nota.

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