09/03/2016 16h00
Brasil tem 58 milhões de pessoas com crédito negativado, mostra SPC
Em pouco mais de um ano, entre início de 2015 e fevereiro último, 3,4 milhões de pessoas se tornaram devedoras e tiveram seus nomes incluídos no cadastro de proteção ao crédio. A crescente taxa de desemprego no país e o atual patamar da inflação, que dificulta planejamento financeiro das famílias, são apontadas como justificativas para 58 milhões de brasileiros estarem com dívidas em atraso.
Os números são de pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação de Dirgentes Lojistas (CNDL), que ainda revela que 39,2% da população entre 18 e 95 anos estão nesta situação. Os dados levantados mostram que o aumento dos atrasos se concentram no pagamento de contas e serviços públicos essenciais, como energia elétrica e água.
A abertura das dívidas não pagas de água e luz revela que as pendências com contas básicas registraram o crescimento mais elevado em duas das quatro regiões estudadas. A variação foi de 18,81% no Nordeste e de 35,85% no Centro-Oeste em fevereiro deste ano comparativamente ao mesmo mês em 2015. Na região Norte, o setor que apresentou maior variação anual foi o de comunicação, com 9,82% de aumento nos atrasos no pagamento das contas.
Negativados por região
No Nordeste, foram negativadas 15,4 milhões de pessoas, o equivalente a 39,38% da população adulta. No Sul, são 7,9 milhões de inadimplentes, o que corresponde a 35,86% dos adultos. O menor número de inadimplentes foi registrado no Centro-Oeste: 4,8 milhões. Esse número, contudo, representa 42,52% da população, patamar que supera apenas a região Norte, onde 45,74% dos adultos estão inadimplentes e negativados.
“Apesar de os bancos e comerciantes estarem restringindo a concessão de crédito, fator que limita em parte a capacidade de endividamento do consumidor, a aceleração da inflação tem prejudicado o planejamento financeiro dos brasileiros já que há perda constante do poder de compra”, disse Marcela Kawauti, da SPC Brasil. Ela explicou que a escalada nas taxas de juros também encarece as compras realizadas a prazo e os financiamentos, dificultando ainda mais o pagamento em dia dos compromissos financeiros.
Agência CNM com informações da Agência Estado
