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terça-feira, 30 de abril, 2024
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Setor de Órtese contribui na redução de lesões da Covid 19

A pandemia trouxe novos desafios aos profissionais da saúde e alguns procedimentos em relação à Lesão por Pressão tiveram de ser repensados

As lesões por pressão têm sido um problema recorrente em pacientes com tempo prolongado de internação para o tratamento da COVID-19, e que precisam ficar deitados por vários dias. Apesar de comuns em pacientes internados por longa permanecia, as lesões por pressão acometem, também, pessoas com dificuldades de locomoção, e embora esteja com colchão de ar, o pé é o mais afetado, pois tem proeminência óssea, e esse paciente tiver uma lesão pode ter risco de infecção.

E na Santa Casa de Campo Grande, o Laboratório de Órtese, sob responsabilidade do terapeuta ocupacional, Adão Santos Moreira desenvolve há mais de vinte anos dispositivos feitos principalmente com espuma e PVC que contribuem para a evolução motora dos pacientes. “Em nosso laboratório criamos órteses que dão qualidade de vida para o paciente enquanto internado no hospital, e até mesmo após sua alta, pois todas elas são gratuitas e ficam à disposição da família. E com a pandemia, tivemos um novo desafio, e hoje com as órteses conseguimos reduzir os impactos principalmente dos calcanhares, diminuindo as lesões de calcânea em pacientes COVID”, completa Adão.

O paciente COVID tem um tempo de internação ainda maior que os demais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e também não é possível se ter tanta manipulação, porque pode causar uma instabilidade respiratória, uma lesão. Apesar de ter o colchão de ar que protege o dorso, o pé é o mais afetado, pois tem proeminência óssea, e se o paciente tiver com uma lesão pode ter risco de infecção. E com as órteses, hoje não temos praticamente mais lesão calcânea. “A órtese foi desenvolvida para que os usuários pudessem ter melhor qualidade de vida durante e depois do seu período de internação. E já estão dando bons resultados”, ressalta Adão.

Setor de Órtese contribui na redução de lesões da Covid 19

As úlceras de pressão, em sua maioria, podem ter um desfecho ruim quando não recebem intervenção e prevenção rapidamente, levando, em alguns casos, à amputação de membros. Diante do histórico negativo, o terapeuta ocupacional iniciou o processo de pesquisa e testes de aparelhos para contribuir na recuperação e evitar possíveis úlceras nesses pacientes. Foram dias de testes com os dispositivos até chegar ao modelo que está em uso no hospital.

Os dispositivos são práticos, simples, feitos de espuma e podem ser indicados para todos os pacientes passíveis de escaras e demais lesões, não necessariamente vasculares. As peças são únicas, feitas sob medida e indicação e, além disso, de acordo com a necessidade de cada paciente. Com elas tem sido possível atender a demanda da equipe médica e assistencial, contribuindo com a diminuição de escaras calcâneas.

Kassiane Fonseca é enfermeira na UTI COVID-19, ela e os demais profissionais da enfermagem são os responsáveis por solicitar a avaliação do especialista que indica a necessidade das órteses. Ela explica que desde a admissão, o trabalho de prevenção de lesão é aplicado. “Desde a admissão do paciente nós já acionamos o Adão para acompanhar. Aqui na área COVID-19 já foram entregues centenas de órteses, e elas têm contribuído e muito na qualidade de vida do paciente. E cada caso é avaliado de forma singular, houve casos de outros dispositivos estáticos serem confeccionados e deixados aqui”, destacou a enfermeira. 

Setor de Órtese contribui na redução de lesões da Covid 19

Para a fisioterapeuta do hospital Aline Leguizamon, “Por conta do longo período que o paciente COVID permanece internado, as lesões acabam ocorrendo, principalmente nos pés, e com as órteses conseguimos diminuir, além de reduzir as infecções. E além de prevenir escaras, as órteses mantém os pés aquecidos e em posição funcional”, destacou.

Fonte: por ASCOM Santa Casa de Campo Grande 

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