07/02/2017 18h56
Polícia Civil do ES define na quinta-feira se entra em greve
Categoria convocou uma assembleia para essa semana; grupo apoia policiais militares
R7
O vice-presidente do Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis), Humberto Mileip, afirmou que os policiais civis poderão entrar em greve no Espírito Santo. “Nosso salário é um dos mais baixos do Brasil. Nos últimos anos, não houve recomposição por causa da inflação”, justifica. Os policiais militares não estão nas ruas desde o fim de semana após protesto de familiares bloquearem saída de viaturas de diversos batalhões em todo o Estado.
Uma assembleia dos policiais civis foi marcada para quinta-feira (9). Acionado, o governo do Espírito Santo afirmou nem ter conhecimento da possibilidade de paralisação anunciada pelo sindicato. Em vídeo, o chefe da Polícia Civil do Espírito Santo, Guilherme Daré, afirmou que as delegados do Estado dão apoio “incondicional” ao governo e, no momento, a corporação se empenha para apurar as causas dos homicídios e crimes contra o patrimônio. “E não vamos descansar enquanto não descobrirmos os autores desses crimes bárbaros. É o nosso compromisso com a sociedade capixaba.”
Em nota, o sindicato dos policiais civis se solidarizou com os militares e alertou filiados a como procederem durante a paralisação do policiamento no Estado. “Diante do justo, legítimo e necessário movimento realizado pelos familiares dos policiais militares do Estado do Espírito Santo, que provocou o aquartelamento, o Sindipol-ES alerta os policiais civis e toda sociedade que a estrutura da segurança pública do Estado está comprometida. Por isso, o Sindicato pede que os policiais civis não arrisquem suas vidas e aceitem desvios de função”.
O texto diz ainda que o sindicato “entende que os policiais civis que desempenham suas atribuições de polícia judiciária e nas ruas também dependem dos profissionais da coirmã Polícia Militar para realizar um trabalho digno e com segurança para si e para a sociedade. Desta maneira, alertamos para que os policiais civis não coloquem suas vidas em risco”. O comunicado termina com a frase “lembrem-se: segurança nunca é demais”.
Onda de violência
A dramática situação da região metropolitana de Vitória, capital do Espírito Santo, por conta da crise na segurança pública, chegou nesta terça-feira (7) a 75 mortos desde o último domingo (5), além de saques, depredações e paralisação no transporte público.
Na última madrugada, as ruas da Grande Vitória (Vitória, Serra, Cariacica e Vila Velha) estavam praticamente desertas porque a população estava com medo de sair de casa. Foram oito mortes no sábado, 17 no domingo e outras 40 ontem (segunda-feira). Hoje foram encontrados mais dez corpos de pessoas assassinadas até as 15h.
O número de corpos na cidade já é seis vezes maior que a capacidade máxima do DML (Departamento Médico Legal) de Vitória, que tem 12 gavetas frigoríficas.
