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segunda-feira, 16 de junho, 2025
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A evolução dos jogos nos últimos cem anos

Recentemente, a cidade de Dourados recebeu o Museu Itinerante do Videogame, com exposição de diversos consoles clássicos, que trouxeram suspiros e saudosismos para gamers de todas as idades. Com a mostra, veio também a reflexão de como o entretenimento juvenil se alterou em apenas cem anos.

Historicamente falando, um século é muito pouco tempo. Mas, se olharmos para como as pessoas de 1922 se divertiam, veremos um cenário completamente distinto, praticamente um outro mundo.

Em um mundo sem videogames – aliás, mal havia energia elétrica – eram comuns as brincadeiras ao ar livre. Para brincar, bastava juntar toda a vizinhança e concordar com algum jogo. Pega-pega, pula-sela e esconde-esconde eram modalidades simples e populares, que dispensavam qualquer acessório. Se incluíssemos uma pedra ou um anel, as opções aumentavam, com amarelinha e passa-anel. E, para quem conseguia algum recurso material, o leque se estendia para rodar um pião, estapear uma peteca ou empinar uma pipa – que desde aquele tempo já causava verdadeiras batalhas aéreas para capturar o brinquedo dos amigos.

Conforme a sociedade de consumo se desenvolvia – sim, ela é uma invenção recente – surgiam novos jogos e brincadeiras. As bolinhas de gude, que já eram conhecidas desde a antiguidade, começaram a ser produzidas em massa e tornaram-se baratas e populares. O surgimento do rebolante bambolê só foi possível após a popularização do plástico. E a boa e velha bola de futebol, que no início do século XX era um artigo de luxo, importada por Charles Miller, começou a ser produzida e vendida aos milhares, popularizando não só o esporte em si, mas também a boa pelada de rua.

A evolução dos jogos nos últimos cem anos

Na bonança dos anos 60 e 70, um novo fenômeno surgiu: os jogos de tabuleiro. Damas, xadrez e gamão já existiam, em versões simples de madeira. Mas nessas décadas nasceram títulos muito mais sofisticados como o Detetive, ou Clue, o Jogo da Vida e até o icônico War, um produto 100% brasileiro, exceto pelo nome. Já os jogos de cassino, por outro lado, conseguiram manter a tradição e ao mesmo tempo incorporar inovação. Hoje, plataformas especializadas de cassino online oferecem os jogos de mesa clássicos, como roleta ou blackjack, e também as coloridas slot machines. Contudo, apesar da apresentação muito mais moderna, as regras continuam tais como eram há um século.

E então surgiram os videogames. Primeiro, discretamente, com o minimalista Pong. Depois, em consoles de ‘poderosos’ 8 bits como o Atari. Mas foi o suficiente para escancarar a porta de um novo mundo para os jovens, e alguns nem tão jovens. O poder de processamento foi aumentando exponencialmente. A qualidade de gráficos e som foi galgando patamares cada vez mais altos. E a exigência dos usuários também foi para a estratosfera. Hoje, para ser um videogame de sucesso, é necessário possuir um verdadeiro esquadrão de programadores, diretores de arte, profissionais de marketing e até jovens especialistas em robótica. E ser constantemente criativo.

A evolução dos jogos nos últimos cem anos

Mais que uma evolução, os videogames se tornaram a espécie dominante no entretenimento dos dias de hoje. Muitos os acusam de serem responsáveis pelo fim das brincadeiras de rua e das cantigas de roda, mas – convenhamos – isso é o progresso. Alguma coisa se ganha, alguma coisa se perde. Quem vai se emocionar apenas com o velho futebol de botão quando se tem todos os times e dribles do mundo disponíveis no Fifa Soccer?

E assim como no passado, a fronteira entre diversão e esporte também é tênue nos videogames. Tanto que há gamers tão bons ao ponto de desenvolver uma carreira e virar celebridades, como o famoso Gaules. E o que era uma diversão eletrônica vira um eSport, com direito a transmissão de campeonatos nos principais canais esportivos.

Com a constante criação de novas áreas de conhecimento, que tem até sua própria Olimpíada, a próxima fronteira já está se descortinando no horizonte. Jogos com uso de inteligência artificial e, muito provavelmente, em um metaverso, já são uma realidade. E assim será possível brincar de amarelinha usando óculos 3D, disputando contra um avatar com a cara de seu amigo, em um quintal que só existe no ciberespaço.

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