Foi realizada nesta segunda-feira (25) pela Justiça Federal a perícia médica no detento Adélio Bispo, preso em flagrante no ano de 2018 por aplicar uma facada no então candidato a presidente Jair Bolsonaro durante um evento público. Ele está cumprindo a pena no Presídio Federal de Campo Grande, agora, os peritos têm até 30 dias para apresentarem o laudo final que irá dizer se tem condições de ser solto ou se deve permanecer preso por conta de sua periculosidade para a sociedade.
Foram cerca de 10 horas de perícia, que contou com a participação de uma psiquiatra como assistente técnica indicada pela defesa do réu e dois peritos indicados pela Associação Brasileira de Psiquiatria, por meio de seu Departamento de Psiquiatria Forense e nomeadas pelo Juízo. Após os laudos serem juntados aos autos, há um prazo de cinco dias para a manifestação do Ministério Público Federal (MPF). Em seguida, a Defensoria Pública da União (DPU) tem mais cinco dias para a sua manifestação final para que, somente então, seja tomada a decisão da soltura ou não do detento.
A perícia
No último dia 14 de junho venceu o prazo máximo de três anos da internação sem que uma nova consulta fosse realizada. A internação foi aplicada em junho de 2019, após Adélio Bispo ser considerado inimputável em razão de problemas mentais. Isso impediu uma condenação pela facada em Bolsonaro. Como nem o presidente nem o Ministério Público recorreram da decisão, o processo transitou em julgado. Com isso, não há chance de que seja retomado para uma eventual condenação.
A avaliação começou às 8h. O objetivo é saber se Adélio representa perigo para a sociedade. Os profissionais irão responder quesitos apresentados pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Defensoria Pública da União (DPU), entre eles, se o quadro de saúde mental apresentado pelo paciente no exame pericial citado na sentença persiste.
A data foi determinada pelo juiz federal Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande. Segundo a ordem judicial, o diretor do Presídio Federal, pertencente ao Departamento Penitenciário Federal (Depen), deverá providenciar o que for necessário para a realização da perícia, inclusive os prontuários do interno. Foram também intimados o MPF e a DPU, para ciência e, se necessário, informarem os assistentes técnicos.
A facada
Bolsonaro foi esfaqueado no dia 6 de setembro de 2018, enquanto fazia campanha na rua Halfeld, localizada na cidade mineira de Juiz de Fora. Ele precisou ser levado às pressas para a Santa Casa de Misericórdia de JF para passar por cirurgias. Nos anos seguintes, ele continuou fazendo operações para se recuperar e tem enfrentado, até hoje, problemas de saúde em razão do atentado.