06/09/2018 13h09
Por: Redação
O dólar opera em queda nesta quinta-feira (6), seguindo a tendência da véspera, acompanhando a recuperação das divisas emergentes no exterior, mas com o feriado prolongado do Dia da Independência no Brasil na sexta-feira e o noticiário eleitoral podendo reforçar a cautela ao longo da sessão, segundo a Reuters. Às 10h39, a moeda norte-americana recuava 0,12%, vendida a R$ 4,1386.
Na máxima da sessão, o dólar chegou a R$ 4,1526, e na mínima, a R$ 4,1026. No ano, o dólar acumula alta de 25% e, no mês, de cerca de 11%. O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de outubro, no total de US$ 9,801 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral. Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,23%, a R$ 4,1425.
Novo patamar e perspectivas
A recente disparada do dólar, que voltou a romper a barreira dos R$ 4 após 2 anos e meio, acontece em meio às incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar. Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram intenção de voto mais baixa para candidatos considerados mais pró-mercado e comprometidos com a agenda de reformas e ajuste das contas públicas.
As incertezas e o nervosismo geram maior demanda por proteção em dólar, o que pressiona a cotação da moeda. Importadores, empresas com dívidas em dólar e turistas preocupados passam a comprar mais dólares também e contribuem para elevar o preço da moeda norte-americana. Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.
A visão dos analistas é de que o nervosismo tende a continuar e que o mercado ficará testando novas máximas até achar um novo piso ou até que se tenha uma maior definição da corrida eleitoral. A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 foi elevada de R$ 3,75 para R$ 3,80 por dólar, segundo boletim Focus divulgado na segunda-feira (3) pelo Banco Central. Para o fechamento de 2019, ficou estável em R$ 3,70 por dólar.
Em agosto, a retirada de dólares da economia brasileira superou o ingresso de recursos em US$ 4,250 bilhões, segundo dados do Banco Central. Essa foi a primeira saída de divisas do país desde março deste ano, ou seja, em cinco meses. No acumulado do ano, ainda há ingresso US$ 24,17 bilhões. Os analistas destacam, contudo, que embora todas as moedas de países emergentes estejam sendo fortemente desvalorizadas, o Brasil se encontra em melhor situação em razão dos mais de R$ 382 bilhões em reservas e que, até o momento, não tem sido observada falta de liquidez ou fuga de dólares do país.



















