Campo Grande está sendo palco do Seminário Internacional da Rota Bioceânica e do 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceánico, realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo. Durante a abertura do evento, na noite dessa terça-feira (18), autoridades reforçaram os prazos para a concretização da megaestrada que promete conectar Mato Grosso do Sul aos portos do Chile no Oceano Pacífico, passando pelo Chaco paraguaio e pela Argentina. Evento segue até quinta-feira (20).
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, durante discurso, destacou que os países, integrantes da Rota, ‘terão um desafio muito grande pela frente’. “Foi dito, foi falado que a integração física é o primeiro passo, a integração digital é fundamental, mas a fluidez dessa rota, no mesmo nível que as relações estão se estabelecendo, de fraternidade, de amizade, de aprendizado uns com os outros, e sinto isso com meus colegas governadores, é um desafio para as nossas diplomacias”, afirmou.
Em continuidade, Riedel pontuou apesar de todas as diferenças entre os envolvidos na criação do projeto, o que une e integra todos é: ‘tirar esse sonho do papel’. “Nós temos a motivação de motivar a nossa gente para estarmos sempre em contato, com esse sentimento de irmandade, do convívio mútuo e o principal formador disso é colocar a Rota Bioceânica em prática. Ela vai ajudar o comércio, turismo, a economia e as relações entre todos os envolvidos”.
O governador lembrou que até o final do seu primeiro mandato a frente de Mato Grosso do Sul irá realizar a inauguração da ponte que liga Porto Murtinho ao Paraguai.

O principal ponto de atenção é a construção da ponte binacional que ligará Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta (Alto Paraguay). Com mais de 65% da obra concluída, a previsão é de que a travessia de 1.294 metros, dividida em três partes, seja finalizada no primeiro trimestre de 2026. A ponte contará com dois viadutos de acesso e uma estrutura estaiada de 632 metros, com um vão central de 350 metros. Segundo o Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC) do Paraguai, os trabalhos seguem em ritmo acelerado.
No lado brasileiro, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou as obras em andamento, como a implantação e pavimentação do acesso à ponte, o contorno rodoviário de Porto Murtinho, na BR-267/MS, e a construção de um centro aduaneiro de controle de fronteira. A ministra afirmou que, caso as condições climáticas permitam, a alça de acesso poderá ser inaugurada até o final de 2026, com a operação da alfândega também em funcionamento. Ela destacou ainda a importância do projeto para o crescimento econômico não só de Mato Grosso do Sul, mas de toda a região.
No Paraguai, estão em andamento as obras de pavimentação de 225 quilômetros da rodovia PY-15, entre Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, com conclusão prevista para 2026. O projeto também inclui a construção do Centro de Controle de Fronteira em Pozo Hondo, além de postos de pesagem e pedágios.
Na Argentina, o trecho que falta asfaltar, com pouco mais de 20 quilômetros após a fronteira com o Paraguai, está em processo de negociação. Luciana Botafogo, presidente-executiva do Fonplata – Banco de Desenvolvimento, informou que o projeto poderá ser aprovado em junho de 2025, com obras iniciando ainda este ano e conclusão prevista entre 2028 e 2029.

Outro projeto importante é a segunda ponte sobre o rio Pilcomayo, entre Pozo Hondo (Paraguai) e Misión La Paz (Argentina), que está em fase de elaboração do projeto executivo.
O Seminário Internacional segue até quinta-feira (20) e reúne autoridades e representantes de Brasil, Paraguai, Argentina, Chile e outros países. Durante a abertura, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destacou os desafios pela frente, especialmente a integração digital, e a importância da diplomacia para garantir a fluidez do projeto.
O presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, também enfatizou a necessidade de reduzir a burocracia aduaneira para assegurar a competitividade da Rota Bioceânica, uma vez que o sucesso do projeto dependerá da eficiência na movimentação de cargas entre os países.
A Rota Bioceânica, com 3.320 km de extensão, conectará o Oceano Atlântico ao Pacífico, atravessando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A partir de Campo Grande, são cerca de 2.500 quilômetros até os portos do Chile, passando por cidades como Porto Murtinho, Carmelo Peralta, Pozo Hondo, San Salvador de Jujuy, Salta e San Pedro de Atacama, até alcançar os portos de Iquique e Antofagasta.
Este corredor promete transformar a logística regional e global, trazendo enormes benefícios econômicos e operacionais para os países envolvidos, ampliando o comércio e integrando mercados de maneira inédita na América do Sul.