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terça-feira, 17 de junho, 2025
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Zanin mantém afastamento de desembargadores suspeitos de vender sentença em MS

No início da tarde, TJMS havia confirmado retorno de magistrados; no início da noite, porém, Cristiano Zanin, do STF, manteve afastamento

Na manhã desta terça-feira (22), a assessoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul confirmou o retorno ao trabalho de quatro desembargadores afastados por 180 dias, após uma operação da Polícia Federal. Contudo, o retorno durou apenas um dia. De acordo com fontes da reportagem, o ministro Cristiano Zanin, responsável pela decisão inicial, solicitou a ampliação do período de afastamento dos magistrados Sideni Sonsini, Wladimir de Abreu, Alexandre Bastos e José Marco de Brito.

Além dos desembargadores, o conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, Osmar Jerônymo, também foi afetado pela medida. Por precaução, ele não chegou a retornar ao trabalho, já que a decisão impactou sua situação.

Os envolvidos já foram informados da nova decisão, mas ainda não tiveram acesso aos detalhes e não sabem por quanto tempo permanecerão afastados. A decisão deverá ser tornada pública na quarta-feira (24), com a expectativa de que o afastamento seja prorrogado por mais 180 dias.

A Operação

A Operação que afastou os desembargadores e o conselheiro foi deflagrada com o objetivo de investigar crimes de corrupção, incluindo a venda de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas dentro do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.

A operação resultou no cumprimento de 44 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT). A Receita Federal também apoiou a ação, que foi um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, de 2021, na qual foram apreendidos materiais que indicam a prática de crimes relacionados.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento dos servidores, a proibição de acesso às dependências do Poder Judiciário, a vedação de comunicação com outros investigados e a colocação de monitoramento eletrônico. Todos os afastados já retiraram as tornozeleiras, mas mantiveram a obrigação de entregar seus passaportes.

O Caso do Desembargador Sérgio Fernandes

Outro nome envolvido na operação foi o desembargador Sérgio Fernandes, também afastado, mas que teve seu retorno autorizado em dezembro de 2023, por decisão do ministro Cristiano Zanin.

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