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sexta-feira, 2 de maio, 2025
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MP apresenta cartilha para promover inclusão de pessoas trans no mercado formal

Em um país onde cerca de 24% dos profissionais LGBTQIAPN+ afirmam já ter sofrido preconceito no ambiente de trabalho por sua orientação sexual ou identidade de gênero, e mais da metade conhece alguém que já passou por situação semelhante, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) dá um passo importante rumo à transformação social. Em parceria com a Subsecretaria para Políticas de Pessoas LGBTQIAPN+, o MPMS lançou a cartilha “Inclusão e Transformação”, com foco na empregabilidade da população trans.

O material, fruto da articulação entre o poder público e a sociedade civil, reúne orientações práticas para empregadores, gestores de RH e demais interessados em fomentar ambientes de trabalho mais diversos e inclusivos. A iniciativa chega num momento crucial: embora a população LGBTQIAPN+ represente cerca de 7% da população brasileira — o equivalente a 15,5 milhões de pessoas, segundo o Datafolha —, esse grupo ocupa apenas 4,5% dos postos de trabalho. Quando se trata de pessoas trans, o índice despenca para alarmantes 0,38%.

Segundo o promotor de Justiça Murilo Hamati Gonçalves, a proposta da cartilha é incentivar o diálogo com empresários e lideranças sociais para romper barreiras históricas de exclusão. “O MPMS age para, a partir de diálogos com a sociedade e com empresários, fomentar a empregabilidade das pessoas trans. É muito importante políticas nesse sentido, uma vez que as pessoas trans são marginalizadas pela sociedade, vítimas de enormes preconceitos, dificultando sua plena inserção no mercado de trabalho”, afirmou.

A cartilha está disponível no site do MPMS e também será distribuída em versões impressas nas Promotorias de Justiça do estado. Em alusão ao Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado em junho, a instituição deve realizar um evento especial com o objetivo de divulgar o material e atrair parceiros para ações práticas de inclusão.

O conteúdo aborda temas como boas práticas no ambiente corporativo, ferramentas para contratantes, legislação, além de exemplos concretos de como promover ambientes mais seguros e acolhedores para pessoas trans. O material também destaca os benefícios tangíveis da diversidade para as empresas, como inovação, melhoria de desempenho e fortalecimento da cultura organizacional.

Para além da cartilha, o MPMS também reforça os canais de denúncia de violações de direitos humanos. O Disque 100, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos e a própria Ouvidoria do MPMS são opções disponíveis para quem enfrentar situações de LGBTfobia no ambiente de trabalho ou fora dele.

Com ações como essa, Mato Grosso do Sul dá um exemplo de como políticas públicas bem direcionadas podem contribuir efetivamente para a construção de uma sociedade mais justa, diversa e inclusiva.

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