O Ministério da Agricultura e Pecuária estabeleceu, por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União no último dia 30 de abril, o período de vazio sanitário da soja em Mato Grosso do Sul. A medida valerá de 15 de junho a 15 de setembro e visa controlar a ferrugem asiática, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, considerada uma das maiores ameaças à produção da oleaginosa no Brasil.
Durante o vazio sanitário, fica proibido o cultivo ou a presença de plantas de soja em qualquer estágio de desenvolvimento no território sul-mato-grossense. O objetivo é eliminar plantas hospedeiras voluntárias do fungo entre as safras, reduzindo sua sobrevivência no campo.
A fiscalização será feita pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), em conjunto com o Ministério da Agricultura. Produtores que descumprirem as regras poderão ser autuados.
Além do vazio sanitário, foi definido o calendário de semeadura da soja no Estado, que será permitido entre 16 de setembro e 31 de dezembro. Segundo o Ministério, o controle do período de plantio ajuda a limitar o tempo de exposição da lavoura à ferrugem, diminuindo a necessidade de aplicação de fungicidas e o risco de surgimento de cepas resistentes.
O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, ressaltou a importância da medida. “A tratativa é baseada em pesquisas realizadas por instituições renomadas em nosso Estado, planejada para otimizar as práticas agrícolas e minimizar os impactos da ferrugem asiática”, afirmou.
Na safra 2023/2024, Mato Grosso do Sul registrou 57 casos da doença, o segundo maior número do país, atrás apenas do Paraná, com 83 ocorrências. O município de Naviraí liderou os registros no Estado, com 16 casos. Já o Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, teve apenas 16 notificações no período.
O vazio sanitário é uma das principais estratégias fitossanitárias para conter o avanço da ferrugem asiática e preservar a produtividade das lavouras.
