Mato Grosso do Sul é, atualmente, o estado que mais adota a geração de energia solar no Brasil. É o que revela um levantamento da energytech 77Sol, divulgado com exclusividade pela revista Exame. Segundo o estudo, o estado concentra mais de 2.200 usinas fotovoltaicas, o que representa cerca de 13% do total de vendas da startup.
Logo na sequência aparecem Pará, com aproximadamente 1.900 usinas, e São Paulo, que ocupa a terceira posição, com forte adesão nos segmentos residencial e comercial, impulsionada, principalmente, pelas altas recorrentes nas tarifas de energia.
Agronegócio impulsiona o setor em MS
O CEO da 77Sol, Luca Milani, explica que o desempenho expressivo de Mato Grosso do Sul está diretamente ligado à força do agronegócio no estado. O setor tem buscado cada vez mais soluções para reduzir custos operacionais e garantir fornecimento estável de energia, diante da crescente demanda e das oscilações no mercado energético.
No caso do Pará, o crescimento está associado ao atendimento de áreas remotas, onde a energia solar surge como alternativa viável devido às limitações de infraestrutura elétrica convencional.
Já São Paulo mantém sua posição graças à sua economia robusta e à crescente adesão de sistemas solares por residências e pequenos negócios, que tentam driblar o impacto das tarifas energéticas.
Sol abundante e tarifas altas favorecem expansão
O levantamento da 77Sol destaca que o Brasil reúne condições naturais e econômicas altamente favoráveis para a expansão da energia solar. O país tem uma das maiores incidências de sol no mundo, além de tarifas de energia entre as mais caras do planeta — fatores que tornam o investimento em geração própria cada vez mais atrativo.
“A expansão da energia solar no Brasil é inevitável”, afirma Luca Milani, reforçando que, além dos três líderes, estados como Bahia, Mato Grosso, Pernambuco e Rio Grande do Norte também vêm apresentando forte crescimento, somando mais de mil usinas instaladas nos últimos cinco anos.
Desafios e perspectivas
Por outro lado, estados como Rondônia e Tocantins ainda possuem baixa adesão à energia solar, somando apenas cerca de 1% do total nacional. A 77Sol atribui esse cenário à baixa densidade populacional e à estrutura de mercado ainda em desenvolvimento nessas regiões.
O setor de energia solar segue como uma das principais apostas para a diversificação da matriz energética brasileira. No entanto, seu avanço está condicionado à manutenção de políticas públicas de incentivo e à melhoria da infraestrutura de transmissão, sobretudo em áreas distantes dos grandes centros urbanos.