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sábado, 21 de junho, 2025
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Quatro em cada dez brasileiros já foram alvo de fraudes digitais, aponta estudo

A cada dia mais presente no cotidiano, as fraudes digitais atingem um número crescente de brasileiros. Um levantamento feito para o relatório semestral Global de Tendências de Fraude Omnichannel da TransUnion revelou que 40% dos consumidores no país já foram alvo de algum tipo de golpe por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto. Desses, 10% afirmaram ter caído nas armadilhas, sofrendo prejuízos médios de R$ 6.311.

O cenário de risco não é exclusividade do Brasil. Globalmente, 53% dos entrevistados relataram ter sido alvo de tentativas de fraude entre agosto e dezembro de 2024, sendo que 47% sequer perceberam que estavam sendo vítimas de golpes. O levantamento ouviu 13.387 adultos em 18 países e regiões.

Vishing é o golpe mais comum

O golpe mais frequente é o vishing, prática criminosa na qual golpistas realizam ligações telefônicas fingindo ser representantes de empresas legítimas, como bancos, operadoras de celular ou planos de saúde, com o objetivo de obter dados sigilosos das vítimas, como senhas bancárias, números de cartão de crédito e CPF.

Segundo o estudo, 29% dos entrevistados ao redor do mundo sofreram prejuízos financeiros com fraudes no último ano, com perdas médias de US$ 1.747 (o equivalente a R$ 10.683 na cotação da época). No recorte por faixa etária, a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) foi a mais afetada, com 38% relatando perdas financeiras, enquanto entre os Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964), apenas 11% registraram prejuízos.

Tentativas de fraude digital aumentaram 11% em 2024

O relatório também apontou que as tentativas suspeitas de fraude em transações digitais cresceram 11% no Brasil em 2024, em comparação com o ano anterior. O tipo de golpe que mais avançou foi a invasão de contas, com crescimento de 20%. Segundo Wallace Massola, gerente de Soluções de Prevenção à Fraude da TransUnion Brasil, os criminosos têm migrado para esse tipo de fraude diante da evolução das ferramentas de prevenção transacional.

Brasil acima da média global em índice de fraude digital

Com um índice de 5,4%, o Brasil ficou acima da média global no ranking de tentativas de fraude digital, ao lado de países como Canadá, Colômbia e Índia. O país registrou uma taxa de 6,1% de tentativas suspeitas de fraude em transações de consumidores, ocupando a sexta posição entre os quase 20 mercados analisados.

O vice-presidente de Soluções da TransUnion Brasil, Claudio Pasqualin, destaca que a segurança digital tornou-se fator decisivo para os consumidores. “Proteger os dados dos consumidores é inegociável. O investimento em prevenção à fraude é hoje um diferencial competitivo importante”, afirmou.

Segurança digital influencia decisão de compra

A preocupação com a segurança também impacta o comportamento de consumo. De acordo com a pesquisa, 59% dos entrevistados afirmaram que trocariam de empresa em busca de uma experiência digital mais segura, e 77% disseram que a confiança na proteção de dados é um fator muito importante na hora de escolher onde comprar ou contratar serviços online.

O levantamento mostra ainda que 62% dos consumidores evitam retornar a sites nos quais já tiveram alguma suspeita de fraude. Além disso, 48% disseram ter abandonado uma compra online por desconfiança com a segurança da plataforma.

Entre os brasileiros, 40% afirmaram já ter desistido de uma compra ou contratação online por receio quanto à segurança dos dados ou pela quantidade excessiva de informações solicitadas.

Fraudes em comunidades online lideram ranking de tentativas

No recorte por segmento, os ambientes de comunidades online, como fóruns e sites de relacionamento, foram os mais visados pelos golpistas em 2024, com quase 12% de tentativas de fraude a nível global, um aumento de 9% em relação ao ano anterior. No Brasil, a taxa chegou a 15,2%, a maior entre os setores analisados.

Wallace Massola alerta que os criminosos aproveitam a confiança construída nesses ambientes para aplicar golpes sofisticados de engenharia social. “Eles criam perfis falsos, ganham a confiança da vítima e, depois, solicitam informações ou dinheiro sob pretextos de emergência”, explicou.

O relatório da TransUnion reforça a importância de as empresas investirem continuamente em tecnologias de monitoramento, autenticação e análise de comportamento dos usuários para mitigar os riscos de fraude e proteger seus clientes.

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