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quinta-feira, 26 de junho, 2025
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Câmara aproxima CPI do povo e ouve denúncias de usuários contra o sistema de transporte

A Câmara Municipal de Campo Grande realizou nesta quarta-feira (25) uma audiência pública da CPI do Transporte Público, com uma dinâmica inovadora que permitiu a participação simultânea de usuários do transporte coletivo tanto no plenário Oliva Enciso quanto diretamente da Praça Ary Coelho, no Centro da Capital. A iniciativa garantiu a escuta qualificada de dezenas de cidadãos, que apresentaram relatos sobre as dificuldades enfrentadas diariamente no uso do transporte coletivo da cidade.

Entre as principais queixas registradas estão a superlotação dos ônibus, a deficiência na oferta de itinerários que atendam adequadamente os bairros, a falta de higiene nos veículos e problemas recorrentes de acessibilidade, especialmente para pessoas com deficiência, que relataram elevadores quebrados e ausência de estrutura adequada.

Marina Anunciação da Silva, moradora das Moreninhas, destacou a insatisfação com o serviço. “É péssima a qualidade dos ônibus. Pagamos caro para andar desconfortável, com ônibus atrasados, e no fim de semana não tem linha expressa”, relatou.

Sonia Rodrigues, do distrito de Anhanduí, expôs a superlotação como uma das maiores dificuldades. “O ônibus anda muito cheio, não tem lugar pra sentar. É difícil pra mim que todo dia tenho que vir pra cidade. Venho e volto em pé. Faltam mais ônibus para atender o distrito”.

Cícero Medeiros da Silva também reforçou a insatisfação com a qualidade do serviço. “O grande problema é qualidade do ônibus que atrasa. Pagamos caro e a qualidade do serviço precisa melhorar”.

Já Andreia Maria Silva Lopes, moradora do Jardim Los Angeles, apontou os impactos da precariedade no dia a dia de quem trabalha. “Pego todos os dias a linha 116, sou cuidadora e não consigo chegar no meu trabalho porque o ônibus não passa, ou estraga, ou passa direto por estar lotado. O pouco de dignidade que temos, a gente perde andando de transporte público em Campo Grande. Espero que essa CPI consiga resultado para os usuários do transporte”.

Resultados

Os vereadores membros da CPI explicaram que os depoimentos dos usuários farão parte do relatório final da comissão. Para o vereador Maicon Nogueira, a audiência comprova a gravidade dos problemas enfrentados. “Hoje coletamos testemunhos que vão constar no relatório, comprovando que a população padece perante um serviço caro e precário. Vamos em busca de respostas concretas a médio e longo prazo”, disse Maicon.

A vereadora Luiza Ribeiro reforçou o papel da audiência como ferramenta de escuta da população. “Tivemos uma audiência especial, pois falamos com as pessoas que mais importam nesta CPI, que são os usuários do transporte coletivo urbano. A população precisa ter garantido o seu direito constitucional de acesso a um serviço público de transporte de qualidade. Essa comissão investiga a qualidade do transporte e as contribuições aqui coletadas serão lançadas no relatório. Essas pessoas ouvidas serão testemunhas na nossa investigação”.

Já o presidente da Câmara Municipal, vereador Epaminondas Neto, o Papy, discursou que “é inovador termos uma CPI aberta ao público tanto na Casa, como na praça Ary Coelho. Estar lá cumpre o objetivo de dar transparência aos trabalhos dessa Comissão em defesa do usuário do transporte coletivo. Esta Casa de Leis tem compromisso de fiscalização do consórcio e das agências de fiscalização. Desde o início essa CPI tem o objetivo de esclarecer os problemas tão conhecidos do transporte e de apontar as informações investigadas em relatório, apresentando soluções práticas para o município de Campo Grande executar. A CPI vai exigir a compra de novos ônibus e cobrar um amplo plano de mobilidade urbana para que o transporte coletivo tenha vantagem no trânsito da cidade”, apontou Papy.

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