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segunda-feira, 30 de junho, 2025
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Bolsonaro foca no Congresso e evita sucessão direta ao Planalto em 2026

Durante ato na avenida Paulista neste domingo (29), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou clara sua principal aposta para as eleições de 2026: o fortalecimento da direita no Congresso Nacional. Inelegível e pressionado por aliados para indicar um sucessor à Presidência, Bolsonaro afirmou que não precisa ocupar o Planalto para influenciar os rumos do país.

“Me deem 50% da Câmara e do Senado que eu mudo o destino do Brasil, nem preciso ser presidente”, declarou. O ex-presidente também reforçou que, caso siga como presidente de honra do PL, cargo mantido por Valdemar Costa Neto, continuará exercendo liderança política ativa.

Estratégia legislativa e recado aos bastidores

Com o foco voltado ao Legislativo, Bolsonaro tenta reduzir as pressões nos bastidores — especialmente entre líderes do Centrão — para que defina logo um nome competitivo para a disputa presidencial. Até agora, o ex-mandatário evita anunciar se apoiará um dos filhos, algum aliado próximo ou mesmo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, disse que o pai “não terá vaidade” na escolha de um eventual sucessor e destacou que a prioridade do ex-presidente é garantir maioria no Congresso.

Obstáculos jurídicos e discurso de perseguição

A estratégia política de Bolsonaro também esbarra em desafios jurídicos. Inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente ainda enfrentará, em setembro, o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Nos bastidores, aliados admitem a possibilidade real de condenação.

Enquanto isso, Bolsonaro e sua base adotam discurso de vitimização, apontando suposta perseguição política. Flávio Bolsonaro classificou o processo como “aberração jurídica” e “inquisição”, sugerindo que não há isenção por parte da Justiça.

PL mira protagonismo nas duas Casas

A aposta no Legislativo tem base prática: o PL elegeu a maior bancada da Câmara dos Deputados em 2022, fator decisivo para a distribuição do fundo partidário e do fundo eleitoral. Agora, Bolsonaro pretende repetir o desempenho em 2026, tanto na Câmara quanto no Senado, mirando cargos estratégicos nas comissões e na Mesa Diretora.

Além disso, o ex-presidente vê no Senado uma arena crucial para fazer frente ao STF, com a meta de eleger senadores mais alinhados à sua agenda conservadora.

Com a candidatura presidencial ainda em aberto, a movimentação de Bolsonaro indica uma estratégia de bastidores voltada para o controle político, mesmo fora do cargo máximo do Executivo.

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