A partir desta segunda-feira (7), Campo Grande voltará a testar um ônibus movido a Gás Natural Veicular (GNV) como alternativa mais sustentável para o transporte público coletivo. O veículo volta a Campo Grande para um novo período de testes, que terá início na próxima semana e, desta vez, será mais extenso e aprofundado, com previsão de duração de 30 dias.
O modelo, testado pela primeira vez em outubro de 2024, foi cedido pela fabricante Scania e já passou por experiências semelhantes em São Paulo, Curitiba e Recife. Equipado com ar-condicionado, câmbio automático e capacidade para 44 passageiros, o ônibus será utilizado em linhas regulares ao longo da semana, em rotas monitoradas pelo Consórcio Guaicurus, responsável pelo sistema de transporte coletivo urbano da cidade.
De acordo com o diretor-presidente do Consórcio, Themis de Oliveira, o novo período de testes foi solicitado para ampliar a análise de viabilidade da tecnologia. “Pedimos para que ele voltasse para fazer um teste mais abrangente, de 30 dias. Na semana que vem, o ônibus movido a gás natural já entra em serviço aqui para avaliarmos de forma mais objetiva e precisa”, afirmou Themis.
Apesar de o custo de aquisição do modelo ser cerca de R$ 400 mil mais alto que um ônibus a diesel (em média, R$ 1,3 milhão), o diretor considera a tecnologia uma opção viável a longo prazo, principalmente por fatores locais. “Campo Grande tem um diferencial: já possui um gasoduto implantado e a MSGás tem disponibilidade para abastecimento. Isso pode ser um caminho a se seguir, por ser mais sustentável que o diesel”, avaliou.
Alternativa para renovação da frota
O novo teste também surge no contexto da necessidade de renovação da frota, apontada pela CPI do Transporte Coletivo da Câmara Municipal, que identificou ônibus operando acima do limite prudencial de uso. Hoje, o Consórcio Guaicurus opera com 460 veículos, dos quais 412 circulam ativamente e 48 ficam na garagem como reserva técnica.
Durante depoimento à CPI, Themis de Oliveira afirmou que a empresa não possui condições financeiras para a compra de novos veículos no momento e que o problema do transporte público não se resolve apenas com ônibus novos, mas com a conclusão das obras de infraestrutura, como os corredores exclusivos.
Próximos passos
O desempenho do ônibus GNV durante este mês será crucial para decisões futuras sobre a possível inclusão de veículos movidos a gás na frota regular da capital. A expectativa é de que os dados coletados sirvam de base para estudos técnicos e financeiros, considerando tanto a sustentabilidade quanto a economia operacional.