Período chuvoso 2024/2025 registra volumes expressivos em várias regiões, mas níveis já apresentam tendência de queda em julho
O ciclo chuvoso 2024/2025 trouxe alívio para os rios da Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai, em Mato Grosso do Sul. Dados da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS) apontam que 8 dos 11 pontos de monitoramento registraram volumes de chuva acima da média histórica entre outubro e abril — período tradicionalmente marcado por maior pluviosidade na região Centro-Oeste.
Ladário foi o município com maior índice de precipitação, somando 1.082,8 mm, 412 mm acima da média. Miranda (1.034,2 mm) e Palmeiras (1.091,8 mm) também superaram os padrões históricos. Já Porto Esperança, em Corumbá, apresentou o maior déficit, com 468,4 mm — cerca de 35,5% abaixo da média.
Segundo o Imasul, o volume total de chuvas em abril de 2025 foi o maior destaque do ciclo, com 1.609,8 mm registrados — 685,9 mm a mais do que a média mensal. Já janeiro e fevereiro ficaram abaixo do esperado, o que evidenciou a irregularidade da distribuição pluviométrica.
Recuperação hídrica após seca de 2024
A boa distribuição das chuvas no primeiro semestre refletiu diretamente nos níveis dos rios. Nenhuma das estações da Bacia do Paraguai entrou em cota de estiagem entre abril e junho, cenário oposto ao verificado em 2024, quando diversos trechos apresentaram cotas críticas mesmo durante o período chuvoso.
Com isso, a região passou a ser classificada como livre de seca ou em seca fraca no Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), referente ao mês de junho.
Tendência de queda e novo ciclo
Já neste mês de julho, com o avanço da estação seca, rios como o Aquidauana voltaram a registrar cotas de estiagem. A previsão é de que a baixa pluviosidade continue até setembro, como é típico do regime climático do estado, com retorno das chuvas apenas a partir de outubro.
O técnico do Imasul, Leandro Neri Bortoluzzi, explica que o comportamento atual dos rios é reflexo direto do bom volume de chuvas acumulado até abril. “Foi a primeira vez desde 2023 que todos os pontos monitorados da bacia se mantiveram fora da condição de estiagem no trimestre pós-chuva”, destacou.
A equipe do Imasul segue monitorando os níveis dos rios e as condições climáticas, com foco na prevenção de impactos ambientais, urbanos e produtivos, especialmente em áreas ribeirinhas e de agricultura intensiva.