Na véspera da Reunião de Alto Nível “Democracia Sempre”, marcada para esta segunda-feira (21) em Santiago, no Chile, os presidentes do Brasil, Chile, Espanha, Uruguai e Colômbia divulgaram um artigo conjunto em defesa da democracia e contra os avanços autoritários que ameaçam instituições em todo o mundo.
No texto, assinado por Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha), Yamandú Orsi (Uruguai) e Gustavo Petro (Colômbia), os líderes alertam para os desafios crescentes enfrentados por regimes democráticos, como a disseminação de discursos de ódio, a desinformação nas redes sociais, a desigualdade persistente e o enfraquecimento da confiança nas instituições.
“Não cabe o imobilismo nem o medo. Defendemos a esperança”, afirma o documento, que convoca uma reação propositiva frente à crise democrática global. “Não basta evocar a democracia nem falar em seu nome: devemos fortalecê-la, renová-la e torná-la significativa para aqueles que sentem suas promessas não cumpridas.”
O encontro em Santiago é descrito como um desdobramento da iniciativa liderada por Brasil e Espanha durante a Assembleia Geral da ONU em 2023. A proposta agora vai além da diplomacia simbólica: busca envolver governos, sociedade civil, juventudes, centros de pensamento e movimentos sociais na construção de uma democracia mais participativa, justa e capaz de responder às demandas populares.
“Sabemos que as democracias não se constroem apenas a partir dos governos”, destaca o manifesto. Para os signatários, é urgente propor reformas estruturais que enfrentem a desigualdade, reforcem a coesão social e revitalizem a confiança pública.
O texto também defende o fortalecimento de estratégias comuns em defesa do multilateralismo, da justiça social, dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável. “A democracia é frágil se não for cuidada”, resume o documento, ressaltando que, em tempos difíceis, defender a democracia significa resistir, proteger, propor e avançar.
A reunião desta segunda-feira deve contar com a presença dos chefes de Estado e representantes de diversas instituições latino-americanas, reforçando o compromisso regional com o fortalecimento democrático e a defesa de valores republicanos.
