Segundo a Aneel, cenário de chuvas abaixo da média implica o acionamento de usinas termelétricas, que têm custo mais alto
A conta de luz vai pesar ainda mais no bolso dos brasileiros a partir de agosto. Nesta sexta-feira (25), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou que será acionada a bandeira vermelha patamar 2, o nível mais alto do sistema de cobrança adicional. Com isso, os consumidores passarão a pagar um acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Na prática, isso significa que uma residência com consumo médio de 200 kWh no mês terá um aumento de R$ 15,74 na fatura de energia, sem considerar os demais encargos e tributos.
Crise hídrica pressiona sistema elétrico
Segundo a Aneel, a decisão foi motivada pelas condições desfavoráveis de geração de energia elétrica no país. A escassez de chuvas nas principais regiões hidrográficas do Brasil reduziu a capacidade das usinas hidrelétricas e forçou o acionamento das termelétricas, que geram energia com custo mais elevado.
Nos meses anteriores, junho e julho, os consumidores já vinham pagando mais caro, com a bandeira vermelha no patamar 1, que adicionava R$ 4,46 por 100 kWh. Agora, o impacto será ainda maior.
Entenda o sistema de bandeiras tarifárias
Criado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias foi desenvolvido para sinalizar, de forma simples, os custos variáveis da geração de energia elétrica no país. Ele é dividido em cinco níveis:
- Bandeira verde: sem acréscimos – geração em condições favoráveis.
- Bandeira amarela: R$ 1,885 por 100 kWh – geração com custo moderado.
- Bandeira vermelha patamar 1: R$ 4,46 por 100 kWh – geração com custo elevado.
- Bandeira vermelha patamar 2: R$ 7,87 por 100 kWh – geração com custo muito elevado.
- Escassez hídrica (extraordinária): foi aplicada em 2021 com valor ainda mais alto, mas está suspensa atualmente.
Termelétricas ganham protagonismo
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já determinou o aumento do uso de usinas termelétricas para garantir o fornecimento de energia no país. Essa medida emergencial tem impacto direto nas contas dos consumidores e no custo da energia no mercado.
A alta da tarifa energética também tem pressionado a inflação, mesmo com a queda recente nos preços de alimentos. Especialistas alertam que a persistência da bandeira vermelha pode comprometer ainda mais o orçamento das famílias e o consumo das classes mais afetadas.
A Aneel reforça que a população pode contribuir com o uso consciente de energia elétrica para ajudar a conter o consumo em um momento de escassez hídrica e elevação dos custos operacionais.