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sábado, 4 de outubro, 2025
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Ministério da Saúde envia antídotos para MS após casos suspeitos de intoxicação por metanol

Mato Grosso do Sul recebeu neste sábado (4) o envio de antídotos para tratar intoxicações por metanol, após a notificação de quatro casos suspeitos no estado, incluindo a morte de um jovem na última sexta-feira (3) em Campo Grande, investigada pela polícia.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a aquisição de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades de fomepizol, medicamentos utilizados para bloquear os efeitos tóxicos do metanol no organismo. Segundo Padilha, os antídotos reforçarão os estoques estratégicos do SUS, garantindo que nenhum paciente fique sem tratamento adequado. A previsão é que todos os insumos estejam disponíveis até o fim da próxima semana.

“Já tínhamos adquirido 4,3 mil ampolas de etanol, e agora garantimos mais 12 mil, que serão distribuídas aos centros de toxicologia e hospitais universitários. Essa ampliação assegura que nenhum paciente fique sem acesso ao tratamento adequado”, afirmou o ministro durante coletiva em Teresina (PI).

O fomepizol, adquirido de um fabricante no Japão com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), é específico para intoxicações por metanol e chega ao país na próxima semana para distribuição conforme demanda dos estados. O etanol farmacêutico será somado às 4,3 mil unidades já existentes nos estoques do SUS.

Como funcionam os antídotos

O metanol é metabolizado pelo fígado em substâncias altamente tóxicas, como formaldeído e ácido fórmico, que podem causar danos irreversíveis ao cérebro, olhos e fígado, além de risco de morte. O fomepizol e o etanol farmacêutico atuam como bloqueadores da enzima álcool desidrogenase (ADH), impedindo a transformação do metanol em toxinas e permitindo que seja eliminado do organismo. O fomepizol é considerado mais preciso e seguro, enquanto o etanol é usado como alternativa quando o primeiro não está disponível.

O uso dos antídotos deve ser feito exclusivamente sob prescrição e monitoramento médico, sem necessidade de confirmação laboratorial prévia, garantindo rapidez no atendimento em casos suspeitos.

Casos confirmados e investigação

Até a manhã deste sábado, o Ministério da Saúde registrou 127 casos suspeitos de intoxicação por metanol em todo o país, com 11 confirmações laboratoriais e 116 ainda em investigação. Entre os óbitos, 12 estão sendo apurados, incluindo um em Mato Grosso do Sul. A maioria dos casos concentra-se em São Paulo (104), seguida por Pernambuco (7), Bahia (2), Goiás (2), Paraná (2) e outros estados.

Diante da situação, a pasta instalou uma Sala de Situação para monitorar os registros e coordenar as ações com os estados e municípios, enquanto os hospitais utilizam fomepizol, etanol farmacêutico e hemodiálise para tratar os pacientes.

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