Mercado espera estabilidade na Selic; decisão será anunciada nesta quarta (5) após dois dias de reunião do Banco Central
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define nesta quarta-feira (5) a nova taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. A expectativa predominante entre analistas financeiros é de manutenção do patamar atual de 15% ao ano, o maior desde 2006.
A rodada de discussões do comitê começou na terça-feira (4) e termina nesta noite, quando será divulgado o novo comunicado oficial. A decisão terá validade de 45 dias, até o próximo encontro do colegiado, previsto para o fim de dezembro.
Ciclo de estabilidade
Na reunião anterior, o Copom manteve a Selic em 15% pela segunda vez consecutiva, interrompendo o ciclo de sete altas seguidas iniciado em setembro de 2024. A série de elevações foi motivada pela persistência da inflação e pelas dificuldades em reancorar as expectativas do mercado em torno da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.
Em sua última ata, o comitê destacou que a inflação projetada ainda se mantinha acima da meta, e reiterou o compromisso de conduzir uma política monetária “firme e serena” até que o cenário esteja controlado.
“O Comitê reforçou e renovou seu compromisso com a reancoragem das expectativas e com a condução de uma política monetária que enseje tal movimento”, afirmou o texto.
O colegiado também observou que a desancoragem das expectativas inflacionárias é um “fator de desconforto comum a todos os membros” e deve ser combatida com perseverança.
Projeções do mercado
Segundo o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, o mercado financeiro projeta Selic de 15% ao final de 2025, sem alterações em relação à semana anterior.
Para os anos seguintes, as estimativas também permanecem estáveis:
- 2026: 12,25% ao ano (pela 6ª semana consecutiva);
- 2027: 10,5% (pela 38ª semana consecutiva);
- 2028: 10% (pela 45ª semana consecutiva).
O que é a Selic e por que ela importa
A Selic é o principal instrumento de controle da inflação no país. Quando está alta, encarece o crédito e desestimula o consumo e o investimento, ajudando a conter os preços. Por outro lado, juros elevados reduzem o ritmo de crescimento econômico e afetam o poder de compra da população.
Na prática, uma taxa básica de 15% significa custos maiores em empréstimos, financiamentos e cartões de crédito, refletindo diretamente nas condições de crédito ao consumidor e às empresas.
Histórico recente
Entre agosto de 2022 e junho de 2023, a Selic ficou em 13,75% ao ano. Depois, o Copom iniciou um ciclo de sete cortes consecutivos, que levou a taxa a 10,5% em maio de 2024.
O cenário mudou a partir de setembro do mesmo ano, quando o comitê iniciou uma nova sequência de aumentos — sete no total — até chegar ao atual nível de 15%, o mais elevado desde 2006.
A decisão de hoje deve confirmar a estratégia do Banco Central de manter os juros altos por mais tempo, enquanto monitora os efeitos da política monetária sobre a inflação e a atividade econômica.











