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quarta-feira, 12 de novembro, 2025
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Palmeiras e Flamengo levam rivalidade para fora de campo antes da final da Libertadores

Trocas de farpas, notas oficiais e disputas políticas marcam o clima de tensão entre os dois gigantes às vésperas da decisão em Lima

A rivalidade entre Palmeiras e Flamengo ultrapassou os gramados e tomou forma em notas oficiais, declarações cruzadas e disputas políticas nos bastidores do futebol brasileiro. A poucos dias da decisão da Libertadores, marcada para 29 de novembro, em Lima (Peru), e em meio à reta final do Campeonato Brasileiro, os dois gigantes vivem uma verdadeira guerra de narrativas.

Nos últimos dias, o Flamengo apresentou um pacote de propostas à CBF sobre o Fair Play Financeiro, incluindo a proibição de gramados sintéticos em competições nacionais. A medida foi interpretada internamente no Palmeiras como uma tentativa de enfraquecer o clube, que utiliza esse tipo de gramado em seu estádio, o Allianz Parque.

O documento rubro-negro também propõe perda de pontos para times em recuperação judicial, bloqueio de manobras contábeis e controle mais rígido de caixa — medidas vistas como uma ofensiva política em meio à disputa por espaço e influência no futebol brasileiro.

Caso Bruno Henrique e críticas ao STJD

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, elevou o tom ao comentar o processo do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, no STJD. Segundo ela, há falta de equilíbrio nas decisões do tribunal. “O Palmeiras sempre respeitou, e seguirá respeitando, as instituições, mas espera o mesmo respeito de volta. O que está acontecendo não é justo”, afirmou.

Leila comparou o caso do flamenguista ao do volante Allan, do próprio Palmeiras, que recebeu punição mais rápida e rigorosa. “Não queremos ser beneficiados, mas não aceitamos ser prejudicados”, completou.

Regulamento em xeque

Do outro lado, o técnico Filipe Luís, do Flamengo, questionou o critério de desempate do Brasileirão, que prioriza o número de vitórias em vez do confronto direto — o que, segundo ele, é diferente das principais ligas europeias. A fala foi vista como alfinetada ao Palmeiras, já que o time paulista lidera mesmo após duas derrotas para o rival carioca na temporada.

A observação gerou reação imediata de torcedores palmeirenses, que defenderam o regulamento atual por premiar a regularidade ao longo da competição.

Disputa pelos direitos de TV

Outro ponto de tensão é o impasse sobre os direitos de transmissão. O Flamengo entrou na Justiça do Rio de Janeiro para bloquear o repasse de R$ 77 milhões destinado à Libra, grupo que reúne clubes como Palmeiras, São Paulo e Santos. A decisão irritou Leila Pereira, que trocou provocações públicas com Luiz Eduardo Baptista (Bap), dirigente rubro-negro.

Em tom irônico, Leila relembrou uma antiga fala de Bap, que, à época presidente da Sky, dizia que “compraria a Netflix se ela incomodasse demais”. A presidente respondeu: “Pode ficar tranquilo, não estou comprando nem o Vasco nem a Netflix.”

Bola prestes a rolar — e microfones também

Com o clima cada vez mais acirrado, cada entrevista virou munição na batalha pelo discurso mais forte fora das quatro linhas. Antes mesmo da final em Lima, Palmeiras e Flamengo já disputam outro título simbólico: o de quem domina o jogo político e midiático no futebol brasileiro.

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