Projeto leva concerto didático a alunos do campo e fecha ciclo em Campo Grande

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(Foto: Divulgação/PMCG)

Iniciativa percorreu escolas da rede municipal e encerra atividades com apresentação no distrito de Anhanduí

O projeto Música Erudita nas Escolas chega ao fim de mais uma etapa nesta terça-feira (25), às 9h30, com uma apresentação especial para estudantes da Escola Municipal Isauro Bento Nogueira, no distrito de Anhanduí, em Campo Grande. A iniciativa contempla cerca de 150 alunos do 5º ao 9º ano, com idades entre 10 e 15 anos, e marca o encerramento desta fase nas unidades da rede pública municipal.

Para o diretor da escola, Júlio dos Santos, a presença do projeto na zona rural representa uma oportunidade rara e transformadora para os estudantes.
“É uma excelente oportunidade para que nossos alunos possam participar desse projeto, uma vez que as escolas do campo são carentes de oportunidades e a música pode ser o diferencial para despertar neles o gosto pela música erudita”, afirmou.

Ele também destacou o impacto pedagógico da iniciativa. “A música contribui muito para a aprendizagem, pois o aluno passa a ter disciplina, concentração e foco – fatores que favorecem diretamente o desenvolvimento escolar”.

Idealizado pelo violonista Evandro Dotto, o projeto está em sua quarta edição geral e segunda na esfera municipal. Segundo o músico, o retorno das escolas que já haviam solicitado a ação reforça a importância da democratização do acesso à música erudita.

“Essa segunda edição municipal contempla escolas que já haviam pedido o projeto anteriormente. Só o fato das instituições pedirem novamente demonstra o quanto a recepção é positiva”, explicou.

Evandro destaca que o trabalho vai além da apresentação em si.
“O projeto é muito bem estruturado e tem um cunho educacional forte. Após o concerto, professores e alunos saem com um conhecimento novo. A música erudita muitas vezes está restrita a teatros ou salas específicas, então nós precisamos ir até eles”.

Segundo ele, o contato direto com a música desperta curiosidade, afeto e autoestima entre os estudantes.
“Sempre nos surpreendemos com a reação das crianças — fazem desenhos, pedem autógrafos, guardam livretos para o ano seguinte. Isso mostra o quanto se sentem valorizados”.

Além do aspecto cultural, o projeto é integrado ao currículo escolar e pode ser trabalhado em diferentes áreas do conhecimento. “Os livretos podem ser usados em artes, história ou outras disciplinas. É importante que os alunos percebam que a arte dialoga com diversas linguagens e contribui para o desenvolvimento integral”, completou.

Nesta edição, o projeto passou por quatro escolas municipais de Campo Grande, somando-se ao histórico de mais de 20 concertos realizados em nove municípios. As apresentações são realizadas pelo trio Opus Vivare, formado por Evandro Dotto (violão), Bianca Danzi (soprano) e Gabriel Almeida (violino).