Filhos de Bolsonaro confrontam Michelle após críticas a aliança do PL no Ceará

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(Foto: CNN)

Flávio, Carlos e Eduardo defendem André Fernandes e afirmam que acordo com Ciro Gomes teve aval de Jair Bolsonaro

Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro — Flávio, Carlos e Eduardo — saíram publicamente em defesa do presidente estadual do PL no Ceará, André Fernandes, após Michelle Bolsonaro criticar a articulação partidária que resultou em uma aproximação com Ciro Gomes (PSDB). As manifestações ocorreram nesta segunda-feira (1º), em meio à repercussão da fala da ex-primeira-dama durante evento político no Estado.

Nas redes sociais, o trio afirmou que o acordo firmado com Ciro teve aval direto de Jair Bolsonaro e classificou as declarações de Michelle como equivocadas. Carlos Bolsonaro escreveu que é preciso “respeitar a liderança do meu pai, sem nos deixar levar por outras forças”. Eduardo Bolsonaro considerou “injusto e desrespeitoso” o constrangimento direcionado a André Fernandes durante o evento no Ceará. Flávio Bolsonaro foi além e disse que Michelle “atropelou” uma decisão já tomada pelo ex-presidente.

O que disse Michelle Bolsonaro

As críticas da ex-primeira-dama ocorreram no domingo (30) durante o lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) ao governo do Ceará. No discurso, Michelle Bolsonaro afirmou que a aliança construída com Ciro Gomes foi “precipitada” e questionou o apoio a um político que, segundo ela, atuou contra Jair Bolsonaro no processo que culminou na inelegibilidade do ex-presidente em 2023.

“Fazer aliança com o homem que é contra o maior líder da direita, isso não dá. Essa aliança vocês se precipitaram em fazer”, disse Michelle, acrescentando que não se sente representada por esse movimento dentro do partido.

Em outro momento, reforçou sua discordância: “Homens que fazem alianças com o mal… Eu não faço parte. Se o meu presidente apoia outro candidato, é ele. Ele não me representa”.

Resposta de André Fernandes

Alvo direto das críticas, André Fernandes rebateu as declarações e afirmou que toda a articulação com Ciro Gomes ocorreu com o consentimento de Jair Bolsonaro. Segundo ele, a conversa foi realizada por telefone com o ex-presidente em 29 de maio, antes da prisão de Bolsonaro.

“O próprio presidente Bolsonaro pediu para a gente ligar para Ciro Gomes no viva-voz. Ficou acertado que nós apoiaríamos Ciro Gomes”, afirmou Fernandes.

A fala de Michelle gerou desconforto interno no PL, e parlamentares passaram a discutir nos bastidores o chamado “fator Michelle”, em referência ao crescente protagonismo da ex-primeira-dama dentro da legenda.

Reação do partido e próximos passos

Diante da repercussão, a cúpula nacional do PL decidiu marcar uma reunião para a próxima terça-feira (2), com a participação de Michelle Bolsonaro, o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, e os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O objetivo é alinhar discursos e evitar novos atritos em torno das disputas estaduais de 2026.