A revitalização da parte pública do complexo do antigo terminal rodoviário de Campo Grande ganhou mais seis meses para ser concluída. O anúncio partiu da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) nessa sexta-feira (11), justificando a nova ampliação do prazo para atender a licitação de instalação de um sistema de climatização.
O secretário Marcelo Miglioli explicou à imprensa que a obra está no ritmo normal e culpou a legislação pelo transtorno. “Exige muito. Existia um sistema de ar-condicionado licitado que não é compatível o suficiente para essa obra. Nós teremos que investir mais em equipamentos”, disse durante visita ao canteiro de obras, acompanhado por jornalistas.
Recentemente, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) abriu um procedimento investigativo par apurar o atraso na reforma e a denúncia de que teriam poucos operários no local. Os lojistas da área privada do imóvel também estiveram na Câmara Municipal para pedir ajuda aos vereadores para agilizar o andamento dos trabalhos, iniciados ainda em 2022.
Durante a coletiva, o secretário detalhou que, no momento, faltam executar acabamentos internos no forro e a pintura, porém, só deverão ser feitos mediante a instalação do sistema de climatização, já que exige instalação elétrica. Ele calculou que pelo menos 75% do projeto original já foi finalizado, mas adiantou que serão feitas algumas mudanças por questões financeiras.
“Temos itens no financeiro que não serão executados. Vamos acabar negativando. No contrato atual, o ar-condicionado estava em R$ 1 milhão e foi para R$ 3,5 milhões. No financeiro está 50%, mas no físico a obra está entre 70 e 80% [concluída]. Queremos entregar, no máximo, até junho do ano que vem”, disse Miglioli.
Sobre os desafios para a conclusão da revitalização, o secretário lembrou que não fazia parte da administração pública quando o projeto foi aprovado e iniciado. “Essa obra teve problemas no projeto, eu não era secretário, e nossa equipe teve que trocar de fundação. É uma obra vinculada com a Caixa Econômica Federal e toda alteração necessária deve passar pelo crivo da Caixa, que é burocrático”.
O prazo contratual inicial era de 360 dias, mas de lá para cá já passou por diversas prorrogações e tinha a previsão de conclusão para julho de 2025, porém, foi renovado para até o final deste ano. O contrato original tinha valor inicial de R$ 16,5 milhões, mas já foi aditivado para R$ 18,5 milhões.
A antiga rodoviária da Capital está localizado no quadrilátero das ruas Dom Aquino, Barão do Rio Branco, Vasconcelos Fernandes e Joaquim Nabuco. O espaço deverá abrigar a nova sede da Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) e da Funsat (Fundação Social do Trabalho), trazendo maior movimentação para a região comercial.
No mês passado, o MPMS instaurou um inquérito civil para apurar o andamento dos trabalhos, que acumula atrasos, aditivos contratuais e até mesmo falta de transparência na divulgação dos dados por parte da Prefeitura Municipal. Denúncias feitas ao órgão fiscalizador revelam para uma baixa presença de operários no canteiro de obras.
No inquérito, o MPMS requisitou ao Município uma cópia integral do procedimento licitatório e do contrato com a empresa vencedora da licitação para a revitalização do complexo, além de documentos complementares. Também determinou a publicação de edital no Diário Oficial para que terceiros interessados possam apresentar informações.




















