MS vira referência nacional na recuperação de pastagens degradadas

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(Foto: João Carlos Castro/Famasul)

Com políticas públicas e tecnologia, estado aposta em agropecuária sustentável e de baixo carbono

Mato Grosso do Sul se consolidou como um exemplo para o Brasil na recuperação de pastagens degradadas. Com 4,7 milhões de hectares de pastagens em recuperação, o Estado se tornou uma referência nacional ao combinar práticas sustentáveis com o aumento da competitividade no setor agropecuário. Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a iniciativa mostra que é possível alavancar a produção agropecuária com responsabilidade ambiental. “Estamos mostrando ao Brasil que é possível produzir mais com tecnologia e sustentabilidade”, afirmou.

O Governo do Estado tem promovido uma série de ações para recuperar áreas de pastagem degradadas, que são vistas como um dos maiores desafios do setor. A união de políticas públicas, crédito sustentável e inovação tecnológica coloca Mato Grosso do Sul na vanguarda do manejo responsável do solo e da água. O Estado se destaca, ainda, pela liderança no setor agropecuário, aliado à preservação ambiental.

Programas de recuperação e sustentabilidade

Mato Grosso do Sul tem implementado um conjunto de programas estruturantes que visam melhorar o uso do solo e da água, pilares para o avanço da sustentabilidade agropecuária. Entre eles estão o Prosolo, voltado para a restauração de áreas degradadas por erosão; o MS Irriga, que promove a ampliação da irrigação sustentável; e o Plano ABC+ MS, que integra lavoura, pecuária e floresta para garantir uma agropecuária de baixo carbono.

Além disso, programas como o Precoce MS incentivam práticas de pecuária eficiente e o FCO Verde, linha de crédito voltada para projetos sustentáveis, já destinou R$ 812 milhões para mais de 700 iniciativas entre 2020 e 2024. O PSA (Pagamento por Serviços Ambientais) recompensa financeiramente os produtores que mantêm boas práticas de conservação do solo e da água.

“Quando governo, produtores e instituições de pesquisa trabalham juntos, conseguimos acelerar a transição para uma agropecuária moderna, de baixa emissão de carbono e com alto desempenho”, afirmou o secretário Jaime Verruck.

Credibilidade internacional e rastreabilidade

O Estado tem se destacado, ainda, pela sua credibilidade internacional. A Semadesc, junto com o Fundems, está investindo R$ 7,6 milhões em certificação e monitoramento de carbono na soja e no milho, alinhando-se às exigências dos principais mercados globais. Além disso, Mato Grosso do Sul obteve o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, alcançado em 2025, e avança na implementação do Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina, com previsão de cobertura total até 2032.

O Selo Verde, um projeto que vai integrar dados ambientais e produtivos, também está em desenvolvimento para aumentar a transparência nas cadeias produtivas da carne e da soja.

Liderança em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

O Estado é líder no Brasil em áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), com mais de 3,6 milhões de hectares. Esse modelo integrado tem contribuído para a diversificação da renda dos produtores, a redução da pressão por novas aberturas de terras e a melhora da fertilidade do solo, permitindo conciliar a produção com a preservação ambiental.

Além disso, Mato Grosso do Sul figura entre os cinco maiores consumidores de bioinsumos do país, impulsionado pelo Programa Estadual de Bioinsumos, criado em 2022. Esse avanço no uso de soluções sustentáveis para o controle de pragas e doenças é parte do esforço do Estado para garantir uma agropecuária mais responsável e com menor impacto ambiental.

Capacitação para práticas conservacionistas

Com o objetivo de capacitar os produtores rurais, Mato Grosso do Sul tem investido em diversas ações, como o Carbono ATeG, que ajuda os produtores a mensurar e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O ABC Cerrado também é um projeto importante, que oferece treinamentos em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, plantio direto e florestas plantadas.

“Nossa meta é chegar ao produtor com assistência técnica de qualidade e acesso a crédito sustentável, garantindo que cada propriedade tenha as condições para produzir mais e conservar mais”, explicou o secretário Verruck, destacando a importância das políticas públicas para promover a sustentabilidade no campo.