Terceiro navio é interceptado pelos EUA no Caribe em ofensiva contra Maduro

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Vídeo divulgado pelos EUA mostra apreensão de segundo petroleiro na costa da Venezuela (Foto: @Sec_Noem via X)

Apreensões recentes fazem parte de bloqueio a petroleiros sancionados; especialistas alertam para impacto nos riscos geopolíticos e nos mercados de petróleo

Os Estados Unidos interceptaram um terceiro navio nas proximidades da Venezuela, em águas internacionais, como parte da ofensiva do governo Donald Trump contra o regime de Nicolás Maduro. A ação foi confirmada neste domingo (21) por autoridades norte-americanas à agência Reuters, sob condição de anonimato.

A nova operação ocorre poucos dias após Trump anunciar um “bloqueio” a todos os petroleiros sancionados que entram ou deixam a Venezuela, com foco na principal fonte de receita do governo venezuelano: o petróleo. No sábado (20), outro petroleiro de bandeira panamenha, carregado com petróleo venezuelano e com destino à Ásia, já havia sido apreendido pelas forças norte-americanas.

Segundo fontes, a embarcação interceptada recentemente, identificada como Bella 1, estava vazia e navegava sob bandeira falsa. O navio integra a lista de sanções do Departamento do Tesouro dos EUA e já transportou petróleo venezuelano e iraniano em operações anteriores. A tripulação não ofereceu resistência durante as abordagens anteriores, conduzidas pela Guarda Costeira com apoio das Forças Armadas.

O governo venezuelano reagiu criticando as ações americanas. O chanceler Yvan Gil classificou as apreensões como “atos de pirataria”, enquanto a vice-presidente Delcy Rodríguez anunciou que Caracas pretende levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU e a outros fóruns multilaterais.

As interceptações fazem parte de uma estratégia mais ampla dos EUA, que inclui sanções ao setor petrolífero venezuelano, presença militar reforçada no Caribe e ameaças de novas medidas contra o governo de Maduro. De acordo com autoridades norte-americanas, o objetivo central da política é enfraquecer o regime, atingindo sua capacidade financeira e logística.

Analistas destacam que as apreensões, embora limitadas, podem gerar tensão nos mercados de petróleo. “Podemos ver uma alta moderada nos preços na abertura, considerando que os participantes do mercado podem enxergar isso como uma escalada”, afirmou Giovanni Staunovo, analista do UBS. Além disso, o aumento das operações sobre navios sancionados intensifica os riscos geopolíticos na região e reforça a vigilância sobre frotas paralelas de países sob sanções, como Rússia, Irã e Venezuela.