Redes sociais viram principal vitrine do varejo no Brasil, aponta levantamento

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Em um ambiente de grande oferta, a confiança se torna decisiva (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

Pesquisa mostra que 64% dos consumidores acompanham novidades pelo feed e compram em múltiplos canais

Mais de cinco em cada dez consumidores brasileiros afirmam que produtos que viralizam nas redes sociais aumentam a intenção de compra, segundo uma pesquisa sobre hábitos de consumo no país. O levantamento também mostra que 64% das pessoas acompanham novidades por meio do feed das redes sociais, reforçando o papel dessas plataformas como principal vitrine do varejo.

Os dados indicam que o consumidor brasileiro transita de forma natural entre canais físicos e digitais ao longo da jornada de compra, priorizando conveniência, rapidez e uma experiência integrada. O estudo foi realizado pela Wake, empresa de soluções digitais para o varejo, em parceria com a Opinion Box, e ouviu mil pessoas de todas as regiões do Brasil.

De acordo com a pesquisa, 74,4% dos entrevistados compram pela internet com frequência e 61,6% utilizam mais de um canal antes de concluir a compra. A primeira interação com as marcas ocorre, principalmente, no ambiente digital: 52,4% começam pelo e-commerce, enquanto 23,1% iniciam a jornada pela loja física, que aparece com menor impacto na decisão final.

Segundo o vice-presidente da Wake, Alessandro Gil, o comportamento reflete uma mudança no perfil do consumidor, que passou a valorizar a fluidez entre os canais. “Para as marcas, isso significa que a arquitetura tecnológica é tão importante quanto preço e produto. Sem integração entre estoques, atendimento e mídia, não existe competitividade possível em 2025”, afirma.

Desejo e impulso

Nas redes sociais, o consumo é fortemente influenciado pelo desejo e pelo impulso. Na categoria de moda e acessórios, 47,4% dos consumidores afirmam comprar motivados por esse comportamento. Em seguida aparecem os segmentos de beleza e skincare, com 39,3%, e itens de decoração criativa, com 33,7%.

A descoberta de novos produtos também migrou para o ambiente digital. As redes sociais lideram esse processo, com 63,9%, seguidas pelos buscadores, com 62,6%. Em terceiro lugar estão os marketplaces, com 44,5%. As lojas físicas aparecem por último, citadas por 24% dos entrevistados.

“O consumidor pode conhecer a marca no TikTok, comparar no Google e finalizar no site, mas só completa a jornada quando percebe coerência, segurança e clareza entre os canais. A experiência virou um mosaico, e apenas marcas com tecnologia integrada conseguem acompanhar esse ritmo”, destaca Gil.

Jornada híbrida e tecnologia

A conclusão do estudo aponta que a jornada híbrida já é predominante no Brasil. O consumidor descobre produtos no digital, experimenta no físico, compara pelo celular e compra onde encontra mais conveniência. Nesse cenário, redes sociais e buscadores se consolidam como a nova vitrine do varejo, enquanto confiança e integração passam a ser diferenciais competitivos.

A transparência também ganha importância: 44,4% dos entrevistados consideram muito importante ter acesso ao estoque atualizado em tempo real. No campo tecnológico, 38,4% já utilizaram assistentes virtuais, e entre as funcionalidades mais desejadas estão rastreamento em tempo real (55,4%), busca por imagem (48,5%) e provadores virtuais (47,9%).

Apesar do avanço da tecnologia, a preferência dos consumidores é por ferramentas que complementem, e não substituam, o contato humano no processo de compra.