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sexta-feira, 25 de julho, 2025
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Aumento de casos de hepatite em Campo Grande preocupa autoridades da Saúde

Campo Grande está em alerta para o crescimento acelerado nos casos de hepatite. Dados divulgados nesta semana pela Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) apontam que, no primeiro semestre de 2025, foram registrados 237 exames positivos para a doença, o que representa aumento de 86% na comparação com todo o ano passado.

De forma detalhada, a Sesau mostrou que foram 190 casos de hepatites tipo A, 29 do tipo B e 18 do tipo C entre janeiro a junho deste ano. Já em todo o ano de 2024, foram 273 diagnósticos, com destaque para o tipo A, que somou 159 registros.

Para a superintendente de vigilância em saúde e ambiente, Veruska Lahdo, o aumento dos casos é reflexo direto da baixa cobertura vacinal. “A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é que 95% do público-alvo seja vacinado e, por mais que observemos um crescimento na cobertura nos últimos anos, seguimos muito abaixo dessa meta”.

Neste ano, até a primeira quinzena de julho, 4,9 mil crianças concluíram o esquema vacinal contra hepatite B em Campo Grande. “São três doses, sendo aos 2, 4 e 6 meses de vida, mas também está disponível para a população adulta que não concluiu o esquema vacinal”, explicou. A Sesau reforçou que realiza busca ativa, principalmente nas escolas, para atualização das cadernetas.

O imunizante contra o tipo A da doença é aplicado na criança ao nascer e para os contactantes de pacientes. “Quem tem contato íntimo, ou seja, mora na mesma residência ou foi parceiro sexual do paciente até 15 dias após o início dos sintomas, também deve ser vacinado, já que a contaminação por esse vírus acontece através de contato com alimentos ou água contaminada e por vias sexuais”, disse a responsável pela área técnica de vigilância em hepatites, Elaine Maria da Silva.

Saiba mais

A hepatite é uma inflamação do fígado, um dos órgãos mais importantes do corpo humano, responsável por funções vitais como a filtragem do sangue, produção de bile, armazenamento de energia e metabolismo de substâncias. Essa inflamação pode ser causada por vírus, uso excessivo de álcool, medicamentos, doenças autoimunes ou outras condições de saúde.

As hepatites mais conhecidas são as virais, classificadas pelas letras A, B, C, D e E. Cada tipo possui formas diferentes de transmissão, gravidade e tratamento:

  • Hepatite A é geralmente transmitida por alimentos ou água contaminados. Costuma ser temporária e tem cura.
  • Hepatite B é transmitida pelo sangue, relações sexuais desprotegidas ou da mãe para o filho durante o parto. Pode se tornar crônica e causar sérios danos ao fígado.
  • Hepatite C também se transmite principalmente pelo sangue. A maioria dos casos se torna crônica, mas hoje há medicamentos eficazes para a cura.
  • Hepatite D só afeta pessoas que já têm hepatite B.
  • Hepatite E é semelhante à A, transmitida por água contaminada, comum em regiões com saneamento precário.

Os sintomas das hepatites podem incluir cansaço, febre, enjoo, dor abdominal, urina escura, fezes claras e pele amarelada (icterícia), mas muitas vezes a doença é silenciosa, especialmente nos casos crônicos.

A prevenção envolve boas práticas de higiene, vacinação (para hepatite A e B), uso de preservativos, não compartilhar objetos cortantes e cuidado com transfusões de sangue. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações como cirrose, insuficiência hepática e câncer no fígado.

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