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sábado, 12 de julho, 2025
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Bancos projetam inflação abaixo de 5% e manutenção da Selic em 15% até o fim de 2025

A inflação esperada para 2025 segue elevada, mas o mercado financeiro já começa a enxergar sinais de melhora no curto prazo, conforme revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban, realizada entre 25 e 30 de junho com 21 instituições financeiras.

De acordo com o levantamento, caiu de 77,3% para 71,4% o percentual de bancos que projetam o IPCA entre 5,0% e 5,5% no próximo ano. Em contrapartida, 28,6% dos entrevistados agora esperam uma inflação abaixo de 5,0%, uma mudança significativa em relação à pesquisa anterior, que apontava expectativa majoritária por uma inflação acima desse patamar.

Mesmo diante desse cenário de relativa melhora, a maioria dos analistas (61,9%) acredita que a flexibilização monetária só deve começar no primeiro trimestre de 2026, quando as projeções do Banco Central se aproximarem da meta de 3,0%. Com isso, a expectativa é de manutenção da Selic em 15,00% ao ano até o fim de 2025, com uma queda discreta para 14,75% apenas na primeira reunião de 2026.

Crédito: projeções em leve alta

A expectativa de crescimento do crédito total em 2025 subiu para 8,7%, frente aos 8,5% estimados anteriormente, mantendo a sinalização de desaceleração em relação ao ritmo observado no início do ano. Em maio, o crescimento anual do crédito registrado pelo Banco Central foi de 11,8%.

A alta mais expressiva nas projeções foi no crédito para pessoas jurídicas com recursos direcionados, cuja expectativa subiu de 9,1% para 10,1%. O avanço reflete os impactos positivos de programas públicos como o PEAC-FGI, que impulsionaram a concessão no primeiro semestre. Para as pessoas físicas, a expectativa de expansão também subiu, de 8,9% para 9,1%, com crescimento total da carteira direcionada estimado em 9,3%.

Já no crédito com recursos livres, a projeção aumentou levemente para 8,2% (ante 8,1%), puxada principalmente pelo crédito às famílias, que passou de 9,1% para 9,5%. Por outro lado, houve queda na expectativa para empresas: de 6,4% para 6,1%, diante da menor atratividade frente ao crédito direcionado e à concorrência do mercado de capitais.

“Os bancos estão reajustando ligeiramente para cima as projeções de crescimento do crédito neste ano, diante do bom desempenho registrado no primeiro semestre, especialmente nas operações com recursos direcionados”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

Ainda assim, ele pondera que a política monetária continua restritiva, o que tende a limitar o avanço da carteira com recursos livres no segundo semestre.

Inadimplência preocupa

A taxa de inadimplência nas operações com recursos livres segue como ponto de atenção. A projeção subiu para 5,0%, frente aos 4,7% da pesquisa anterior, praticamente no mesmo nível esperado para 2026 (4,9%). Segundo dados do BC, a inadimplência da carteira livre estava em 4,9% em maio, indicando uma possível estabilidade nos próximos meses.

Cenário para 2026

Para o ano de 2026, a expectativa é de que o crédito cresça 7,9%, acima dos 7,6% projetados anteriormente. Houve melhora nas projeções tanto para a carteira livre (de 7,1% para 7,5%), quanto para a carteira direcionada (de 8,5% para 8,7%).

Selic e PIB

A decisão do Copom de pausar a elevação da Selic após um aumento de 0,25 ponto percentual foi considerada adequada por 76,2% dos bancos ouvidos. Os demais 23,8% avaliam que a alta poderia ter sido evitada.

As projeções para o PIB de 2025 seguem divididas: 42,9% dos participantes esperam crescimento em torno de 2,2%, alinhado ao consenso atual. O restante se divide igualmente entre expectativas mais otimistas e mais pessimistas, indicando ausência de um viés claro.

Política monetária nos EUA

Sobre o cenário internacional, 52,4% dos analistas projetam dois cortes de 0,25 ponto percentual na taxa básica dos Estados Unidos (Fed) até o fim de 2025. Outros 38,1% esperam apenas um corte no mesmo período, refletindo a cautela diante da desaceleração da economia norte-americana.

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