Neste sábado, em São Paulo, o Brô MC’s – primeiro grupo de rap indígena do Brasil – sobe ao palco da Arena Mercado Livre Pacaembu para um show histórico ao lado de Alok. A apresentação, parte do espetáculo “Keep Art Human”, promete ser uma celebração da criatividade humana diante da era da inteligência artificial, com uma experiência visual imersiva composta por 600 drones, 4 mil placas de LED, dança, música e ancestralidade. Também são convidados os cantores Gilberto Gil e Matuê.
Com raízes no território Guarani-Kaiowá, os Brô MC’s integram o movimento The Future is Ancestral (O Futuro é Ancestral), que vem ganhando força internacional ao colocar a cultura indígena como protagonista na construção de futuros possíveis e plurais.
O show deste sábado é mais uma etapa desse caminho: o grupo representa não apenas sua aldeia, mas um Brasil profundo, diverso e ancestral que se conecta com as linguagens urbanas e digitais sem abrir mão de sua origem.
“Estamos trazendo a nossa verdade para esse palco gigante. É sobre o nosso povo, nossa língua, nossa cultura viva. Cantar no mesmo palco que Gilberto Gil e Alok é mostrar que a arte indígena não é passado, é presente e é futuro também”, diz Kelvin Mbarete, um dos integrantes do grupo.
Criado em 2009 na Reserva de Jaguapiru, em Dourados (MS), o Brô MC’s canta rap em guarani e português, narrando vivências de resistência, racismo, espiritualidade e amor à terra. Em 2023, foram indicados ao Grammy Latino com o álbum O Futuro é Ancestral, fruto da parceria com Alok.
O espetáculo “Keep Art Human” une dança, música e imagens em uma verdadeira ode à criatividade humana. O grupo italiano Urban Theory traz coreografias que desafiam os sentidos, enquanto artistas indígenas como Mapu Huni Kuin e Owerá, junto aos Brô MC’s, costuram um enredo onde o futuro não é controlado por máquinas, mas guiado por memórias, rituais e territórios.
Este encontro no Pacaembu é também simbólico para o estado de Mato Grosso do Sul, que vem se afirmando como polo de inovação biocultural.