Dados divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que Campo Grande foi a segunda capital brasileira com a maior taxa de hepatite A registrado ao longo de 2024. O índice foi de 17,2 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
No cenário estadual, Mato Grosso do Sul contabilizou o índice de 6,0 casos. Em números reais, foram 159 casos em Campo Granden o ano passado. Em 2025, já são 188 diagnósticos confirmados até o primeiro semestre.
Curitiba (PR) ficou em primeiro lugar no ranking, com 31,3 casos. Atrás de Campo Grande ficaram Florianópolis (SC), com 13,5; Porto Alegre (RS) com 8,6; Belo Horizonte (MG), com 7,2; Rio de Janeiro, (RJ), com 5,6; e São Paulo (SP), com 5,2.
No caso de hepatite B, Campo Grande obteve taxa de 4,4 casos por 100 mil habitantes em 2024, ficando em 17º lugar no ranking das capitais. Na hepatite C, foi de 12,4 casos, sendo a 9º capital com a maior taxa.
MPMS abriu inquérito para apurar aumento dos casos
Em abril, o Ministério Público Estadual (MPMS), através da 76ª Promotoria de Justiça, instaurou um Procedimento Administrativo para acompanhar as medidas de prevenção e controle da doença.
Os casos começaram a ficar descontrolados a partir de 2023, quando Campo Grande era uma das poucas capitais sem notificações de hepatite A. Mas de lá para cá, foram surgindo novos registros, principalmente de pessoas entre 20 a 49 anos.
O órgão pediu informações e dados sobre a situação da hepatite A em Campo Grande; esclarecimentos sobre as medidas adotadas no controle da doença; informações detalhadas sobre a cobertura vacinal e os resultados das estratégias adotadas; além do acompanhamento contínuo da situação e dos resultados das ações realizadas.
Segundo a Sesau, a infecção é transmitida, principalmente, por via fecal-oral, ou seja: ingestão de alimentos e água contaminados, higiene inadequada das mãos após o uso do banheiro, contato próximo com pessoas infectadas, e, além do hábito adequado de higiene, a vacinação é uma das principais formas de prevenção.
Prevenção
A principal medida de prevenção contra a hepatite A é a vacinação, especialmente recomendada para crianças a partir de um ano de idade, viajantes a regiões com alta incidência do vírus e profissionais de saúde. A vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Outras formas de prevenir a infecção incluem:
- Lavar bem as mãos com água e sabão, especialmente após usar o banheiro e antes de manipular alimentos.
- Consumir água filtrada ou fervida em regiões com condições sanitárias precárias.
- Evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos, especialmente frutos do mar, que podem ser fonte de contaminação.
- Manter boas práticas de higiene em ambientes domésticos e comunitários.
A Hepatite A, por não se tornar crônica, não necessita de um tratamento específico, sendo a orientação médica geralmente focada no alívio dos sintomas. O descanso e uma dieta balanceada são essenciais, e a hidratação ajuda no processo de recuperação. Em casos mais graves, pode ser necessária a internação para monitoramento e cuidados médicos intensivos, especialmente se houver insuficiência hepática.