Transportes e despesas pessoais seguram os preços, de acordo com Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp
18/09/2018 11h23
Por: Redação
Campo Grande registrou uma deflação simbólica de 0,01% no mês de agosto, de acordo com levantamento do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes), da Uniderp. A taxa foi bem menor que a registrada em julho, 0,33%, e é a mais baixa dos meses de agosto desde 2005, quando houve deflação de 0,37%.
Conforme o Nepes, os grupos que mais contribuíram para o resultado foram: Transportes, com queda de 1,89% e Despesas Pessoais, com 0,70%. Em contrapartida, outros quatro agrupamentos de produtos registraram aumentos de preços no mês passado: Educação, com 1,31%; Vestuário, com 0,87%; Alimentação, com 0,59% e Habitação, com 0,16%. Já o grupo Saúde permaneceu estável.
Considerando os sete primeiros meses do ano em Campo Grande, a inflação foi de 2,43%. Nesse período destacam-se os grupos Habitação (4,98%). Despesas Pessoais (3,15%), e Vestuário (2,50%), com altos indicadores. O grupo Transportes (-3,80%) se evidencia pela deflação.
No acumulado do ano, a inflação em Campo Grande é de 2,43% e em 12 meses de 3,88%.
De acordo com o coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza, a inflação foi menor do que o esperado. “A inflação baixa deve permanecer nos próximos meses, a não ser que alguns fatores adversos com a economia influenciem para cima o ritmo inflacionário, principalmente, o grupo de Alimentação, que pode sofrer impacto do valor muito alto do dólar”, esclarece.
Souza diz que a alta do dólar pode impactar no preço de produtos importados como trigo, máquinas de alta precisão, eletroeletrônicos e gasolina. De acordo com o pesquisador, a alta da moeda estrangeira também pode favorecer às exportações brasileiras, principalmente, as de grãos e de carnes, diminuindo a oferta desses produtos no mercado interno, consequentemente, aumentando os seus preços.
O coordenador explica ainda que o alto índice de desemprego no país – o número de pessoas sem trabalho chega a 13 milhões –, os altos juros praticados na economia e o endividamento da população pode fazer a inflação aumentar. “Não se pode ignorar que as eleições de outubro podem influenciar negativamente o controle da inflação, pois, toda incerteza política causa aumento do dólar”, acrescentou Celso.



















