Samir Xaud afirma que não vai interferir no trabalho do treinador italiano à frente da seleção masculina
Candidato único à presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Samir Xaud concedeu entrevista exclusiva à RECORD nesta segunda-feira (19) e apresentou suas principais propostas para a gestão do futebol nacional. Um dos pontos centrais foi a garantia de autonomia total para o técnico Carlo Ancelotti, que assumirá o comando da seleção brasileira na próxima semana.
“A ideia é dar autonomia suficiente para ele, para as escolhas, tomada de decisões, sem interferências externas. Acho que isso é o principal”, afirmou Xaud, destacando que a independência do treinador faz parte de um processo de descentralização dentro da entidade. Ele também confirmou que não pretende rever o acordo com o italiano: “[Ancelotti] vai ser o nosso comandante, sim. A assessoria jurídica já está tratando isso nos bastidores, dando todo o suporte para o nosso comandante.”
Xaud reforçou que sua atuação como presidente não incluirá ingerências no dia a dia da seleção. “Não é bem o papel do presidente da CBF. Temos que dar responsabilidade às pessoas, autonomia. Confio nele, confio no trabalho dele”, afirmou.
Liga Nacional e calendário otimizado
Outro destaque da entrevista foi a defesa da criação de uma liga nacional de clubes, iniciativa que já vem sendo debatida no meio esportivo. Para Xaud, a CBF deve atuar como facilitadora no processo.
“É uma coisa que nós temos que tirar do papel. A CBF vai dar todo o apoio a eles para essa conversa, esse início de projeto, para que eles venham fazer parte das decisões da CBF e da organização do campeonato”, declarou. Ele também defendeu um novo modelo de calendário para compatibilizar os compromissos nacionais com as competições internacionais.
“Essa questão do calendário é muito importante. Tem que ser uma decisão em colegiado, com todos analisando criteriosamente cada ponto. Com a criação da liga, com certeza a gente consegue organizar com mais facilidade”, explicou.
Qualidade dos gramados e fair play financeiro
Xaud também prometeu avanços em infraestrutura, com foco na padronização e melhoria dos gramados dos estádios brasileiros. “Tem federações que não têm estádio, e isso nós temos que sentar e avaliar. A padronização dos gramados é uma coisa muito importante”, afirmou, propondo um estudo coletivo para viabilizar a manutenção adequada dos campos.
Por fim, o candidato à presidência da CBF sinalizou que o equilíbrio financeiro dos clubes será uma das bandeiras de sua gestão. “Vamos trabalhar nisso, fazer um estudo em conjunto. A ideia é trabalhar os clubes para isso, em relação ao custo, tentar achar uma maneira de fazer com que o clube não gaste mais do que tem.”
Com discurso pautado pela descentralização, profissionalismo e diálogo com os clubes, Samir Xaud se apresenta como defensor de uma nova era para o futebol brasileiro — mais moderno, sustentável e competitivo.
